Revelado pelo Corinthians, Willian fez quase toda sua carreira fora do Brasil e decidiu voltar ao clube do coração, um desejo antigo do jogador. No entanto, o meia deixa o timão após sofrer ameaças recorrentes pelas redes sociais, tanto contra ele como aos seus familiares.


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“Os motivos da minha saída são as ameaças que sofri, principalmente minha família. As ameaças nunca pararam. Sempre que o Corinthians perdia e se às vezes eu não estava bem no jogo, minha família recebia ameaça, xingamentos nas redes sociais. Minha esposa, minhas filhas, depois de um tempo começaram também atacar meu pai, minha irmã”, disse o meia em entrevista ao GE.

“Quando voltei ao Brasil, voltei com muita vontade de jogar pelo Corinthians, sabia da pressão, da cobrança, das críticas que iria receber, mas não vim ao Brasil para ser ameaçado, para ter minha família ameaçada a cada jogo que perdia ou se eu não fizesse um bom jogo. Esse é o principal motivo. Sei que não são todos os torcedores, sei que é a minoria, mas ela acaba causando um impacto muito grande e um dano mental, principalmente nas minhas filhas. Emocionalmente isso afeta bastante”, completou.

Reprodução Instagram

Além das ameaças, as lesões também atrapalharam a sequência do jogador em sua segunda passagem pelo timão. Willian chegou em setembro do ano passado e somou 45 jogos e um gol até aqui.

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“Muita gente pode achar que é mi-mi-mi, que estou dando uma desculpa esfarrapada para ir embora… Eu não precisaria fazer isso, porque eu abri mão de muita coisa para poder vir ao Corinthians, não só financeiramente, mas da vida que eu tinha. Aqui no Brasil ia ser uma vida completamente diferente, para mim e para minha família. Mas quando se trata de ameaças, à família principalmente, a gente fica preocupado. Minha família é meu maior patrimônio, então eu tenho que zelar por eles”.

“Ficam normalizando a situação, romantizando as agressões, todas essas coisas que acontecem e vem acontecendo no futebol brasileiro, não tem o que dizer para eles, acham que é normal, que tem que ser assim mesmo, mas para mim não é. Essa é uma causa que todos os jogadores precisam brigar. O torcedor não pode ir na sua família depois de uma derrota e xingar, usar palavras que não têm cabimento. Esse é o recado, minha saída do clube foi por esses motivos”, ressaltou.

Rodrigo Coca/ Ag. Corinthians

Violência no futebol brasileiro

O jogador, de 34 anos, também contou que os casos de violência recorrentes no futebol brasileiro o deixaram assustado.

“Um dia pedrada no ônibus, depois um torcedor invade o campo com uma faca, outro dia torcida invade centro de treinamento, outro dia a torcida briga com os jogadores no aeroporto. A família, querendo ou não, fica preocupada com isso também. Sem dúvida nenhuma são esses os motivos. Não tem nenhum outro motivo, realmente são esses os motivos da minha saída do clube”.

Ainda sobre sua saída, Willian foi questionado se problemas como o técnico Vítor Pereira também teriam pesado na sua decisão. O atleta fez questão de frisar sua saída foi apenas causada pela ameaças.

“Não tive nenhum problema com o treinador. Não tive problema com ninguém do clube na verdade, sempre fui tratado com muito respeito e muito carinho dentro do clube, tanto pelos funcionários quanto pelos jogadores, pelo Duilio, pelo Alessandro, o Roberto de Andrade, todos. A comissão técnica ali também, não tive problema com nenhum”, afirmou.

Sobre seu futuro, Willian admitiu que o Fulham, da Inglaterra, tem interesse na sua contratação, mas disse que vai decidir quando voltar para a Europa.

“Eu estava havia 15 anos morando fora, só vinha ao Brasil nas férias, passava uns 20 dias com a família, mas não tinha a rotina daqui. Nossa rotina era lá fora. Vir de férias é uma coisa, morar e trabalhar aqui é outra. Meu objetivo é morar fora. Em Londres, tenho passaporte inglês, então consigo viver e morar lá com a família, é meu objetivo. Não que não venha mais visitar o Brasil, passar uns dias com a família, mas para morar, sem dúvida, será lá fora”.

“Não tenho clube ainda. Eu vou decidir lá. Vou viajar com a família e lá eu vou decidir com calma, com a cabeça tranquila, ver qual vai ser a melhor opção pra mim e pra minha família também”, finalizou.


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