Como o nome de Domènec Torrent foi publicado no Boletim Informativo Diário (BID), a presença do técnico está confirmada para a estreia no Campeonato Brasileiro, às 16h deste domingo, contra o Atlético-MG, no Maracanã. E Willian Arão se pôs à disposição da imprensa, nesta tarde, para, principalmente, responder a perguntas acerca das primeiras impressões envolvendo o catalão.

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Na sala de imprensa do Ninho do Urubu, logo após a atividade desta sexta-feira, Arão admitiu que há mudanças em relação aos métodos de trabalho de Jorge Jesus e Domènec Torrent. Para ele, isso é um fator “inevitável”.

– Tem mudanças, isso é inevitável. Assim como o Jesus tinha diferenças para o Abel. Cada treinador tem suas convicções, sua maneira de trabalhar, treinar. Obviamente é diferente. O que estamos tentando fazer é nos adaptar o mais rápido possível para vencer as partidas. Os treinos são diferentes, não é o mesmo tipo de treino, não é a mesma cobrança, ele cobra outros movimentos, outras coisas – respondeu o volante, emendando:

– São metodologias diferentes, ideias diferentes. Acredito que inevitavelmente vamos sofrer uma mudança, ter alguma coisa nova. Esperamos nos habituar. Tivemos uma semana de trabalho, e o que esperamos é nos adaptar o mais rápido possível e entender aquilo que ele quer, para que a gente possa colocar em prática e buscar a vitória e os títulos.

Jogador com mais partidas pelo Flamengo no atual elenco, Willian Arão também externou o seguinte: terá que adaptar-se ao novo modelo de jogo:

– Não sei o que ele conhecia do meu trabalho, de que forma vou continuar jogando. Se são as mesmas ideias, os mesmos movimentos. A gente não sabe ainda. A gente sabe que existem algumas diferenças, algumas mudanças, mas não vou falar porque temos um jogo domingo. Vou tentar me adaptar. Não só eu, como o time todo, para que a gente permaneça nesse caminho de vitórias.

O camisa 5 também revelou que “dá para entender muito bem” as instruções de Dome, que iniciou os trabalhos na última segunda-feira, explicando:

– Ele já fala algumas palavras-chaves em português. Que para eles muda muita coisa. Está sendo bem tranquila essa parte de comunicação, porque temos muitos jogadores que falam espanhol. Ele está conseguindo passar tudo o que ele quer para nós e estamos conseguindo assimilar.

Confira outros trechos da entrevista coletiva:

ADAPTAÇÃO PARA ENFRENTAR O GALO

– Está sendo muito boa, como têm sido todas as nossas semanas. Difícil apontar as diferenças, mas elas existem. A semana tem sido boa, estamos nos preparando bem para no domingo fazer uma grande partida e sair vencedor.
Jogo contra o Atlético-MG.

PROJEÇÃO PARA A ESTREIA

– Uma grande equipe (Atlético-MG). Com movimentos bem incisivos. Jogamos contra eles, contra o Santos do Sampaoli, e imaginamos que muitos movimentos vão se repetir. Esperamos que seja um grande jogo, esperamos anular os pontos fortes deles para que possamos sair vencedores. Tentar nos impor como fizemos no ano passado.

MÚSICA DO ‘DOMÈNEC, WILLIAN ARÃO…’

– Gruda na cabeça mesmo. Mas a gente ainda não brincou com ele a respeito disso. Não só no vestiário, mas em casa também. Tem filha de jogador cantando. Foi bem engraçado e eu levei na esportiva.

PONTO FORTE DO FLA

– Nosso ponto forte é a nossa equipe, nosso individual, cada jogador. A equipe é muito forte, e o individual vai sobressair com muita facilidade. Está todo mundo bem, junto, perto, jogando como equipe, e aí os caras da frente, uma hora, vão resolver o jogo para nós. Estando fortes defensivamente, lá na frente inevitavelmente vamos resolver as partidas.

PRESSÃO CONSTANTE NO CLUBE

– A pressão é constante no Flamengo. Nunca entrei num campeonato para ver no que vai dar. Sempre entramos com pressão para ser campeão, por tudo que a gente vem fazendo nos campeonatos. Eu tiro de letra isso. A gente tem que se manter focado no trabalho e na evolução da equipe para chegar em fevereiro levantando taça

EM BUSCA DA HEGEMONIA?

– A gente já mostrou algumas situações diferentes com o Mister. Nós brasileiros tínhamos ideias de muitas coisas e isso foi quebrado, foi provado na prática que não funciona. O que a gente quer é não falar em hegemonia, mas em crescimento. Queremos continuar crescendo. Consequentemente vão vir as vitórias, os campeonatos, e aí a hegemonia vai ser algo normal. A gente pensa no próximo jogo.

FLA É O FAVORITO NO BRASILEIRO?

– Nós somos uma equipe muito forte. O que queremos é ganhar todos os jogos. Nem sempre é possível. Falar em favoritismo eu deixo para vocês. A gente não teme ninguém. Vamos jogar para ganhar em todos os estádios, com torcida ou sem torcida. E vai continuar sendo assim. O que a gente quer é nos manter focado no jogo para poder vencer um jogo após outro. A gente não pensa em fevereiro, e sim no Atlético, e depois na próxima partida. E assim sucessivamente.

VAI ENCERRAR A CARREIRA NO FLAMENGO?

– Sim, mas nunca pensei em quando vou encerrar a carreira. Não sei o dia de amanhã. Já pensei em ficar nesse clube por 10, 15 anos, mas não sei quando vou encerrar. O Juan é inspiração para nós. Não sei se vou continuar em alto nível com 38 anos. Já me imaginei vestindo essa camisa por mais 10 anos. Estava vendo que sou quem mais vestiu a camisa no elenco hoje. São pontos que mexem comigo. Nunca imaginei jogar essa quantidade, mas eu me imagino. Encerrar a carreira… não sei. Vivo o hoje, tenho contrato longo e quero cumpri-lo.