Apesar do recado, contido no comunicado desta quarta-feira, 21, do Comitê de Política Monetária (Copom), de que o Banco Central (BC) não vai hesitar em voltar a subir os juros se necessário, o economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima, observa que esse movimento só deve ocorrer em caso de deterioração do cenário.

Se tudo seguir mais ou menos como está agora, afirma o economista, a tendência é de os juros de referência seguirem nos atuais 13,75%, porém por um período bastante prolongado.

“O mais importante é a comunicação sugerir que o BC estará atento e não hesitará em voltar a subir a taxa de juros, mas isto em caso de o cenário se deteriorar e termos uma nova rodada de elevação de expectativas de inflação, indicando uma convergência mais lenta para a meta”, afirma Lima.

“A princípio, continuamos vendo o BC mantendo a taxa por período bastante longo”, acrescenta o economista, para quem os juros só devem voltar a cair no fim do segundo trimestre de 2023. “Mesmo assim, será uma queda gradual, salvo surpresas inflacionárias”.