Alvo de inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) para apuração de suposto crime de racismo contra chineses, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, negou ser racista e disse que fez amigos orientais durante um período de estudos fora do Brasil.

Em entrevista ao canal de Paula Marisa no YouTube, o ministro fez um histórico de locais onde estudou e afirmou que foi homenageado por colegas chineses.

“Eu fiz um MBA internacional, dois anos. Fiquei fazendo em cinco universidades diferentes no mundo. Um grupo de vários alunos, cinco universidades. Uma delas era na Carolina do Norte, tinha Erasmus na Holanda, Tec Monterrey no México, FGV no Brasil, e a universidade chinesa de Hong Kong. Começaram 140 alunos, tinha uns 30 chineses. Eu fui o único ocidental que eles fizeram uma homenagem”, disse Weintraub.

No início do mês, um post de Weintraub no Twitter questionou quem poderia sair fortalecido geopoliticamente da crise causada pela pandemia do novo coronavírus. No texto, o ministro trocou o “R” pelo “L”, em uma referência ao personagem Cebolinha, da Turma da Mônica, e ao erro comum dos chineses ao falarem o português. Uma imagem com a bandeira da China ilustrava a publicação. O post foi depois apagado.

“Eu fiquei tão amigo deles, e eles falaram que ‘o Abraham é tão legal que vamos dar um nome em mandarim para ele’. Eles se reuniram e escolheram. Eu até fui verificar para ver se não estava escrito ‘babaca de óculos’, porque eu também bagunçava muito com eles, mais do que Cebolinha”, afirmou Weintraub na entrevista.

O ministro também usou a família para alegar que não é racista. “Eu não sou racista, meu histórico familiar é uma mistura muito grande de gente escura, clara, a minha pele é muito escura. E o meu avô Weintraub era branquinho que nem um copo de leite. O meu avô Vasconcellos era morenão, bem mais que eu. E já me chamaram até de nazista no Senado”, disse.