Margaret Atwood foi irônica ao comentar sobre as acusações de abuso sexual do produtor de Hollywood Harvey Weinstein. “Felizmente ele não tem nada a ver com nossa série”, suspirou. “Situações em que mulheres jovens são exploradas por homens poderosos são infelizmente comuns já faz anos. O que permite esse tipo de abuso são dinheiro, poder e advogados. Ao menos, já estamos vendo mudanças e homens poderosos foram desafiados pelas redes sociais, que permitem a todos se expressar publicamente, o que dá uma grande ressonância ao seu discurso.”

A escritora pontuou que os acusados de hoje são homens cujo comportamento era considerado, para alguns, “progressivo”. “O fato de serem desmascarados e tirados de seu pedestal é um alerta aos que têm esse tipo de comportamento”, observa. “E isso nos faz pensar que o ser humano é variado e o tratamento que cada um recebe não deve ter nada em comum com a maneira como Weinstein tratou aquelas mulheres.”

Uma das pioneiras nas redes sociais – já se divertia com o Twitter em 2008 -, Margaret elogia a ferramenta como palanque aberto a todas as vozes, mas sabe de seus limites. “As redes sociais têm três aspectos: um positivo, um negativo e um estúpido, que não foi pensado por ninguém. O anonimato do Twitter libera o discurso político, mas também permite comportamentos detestáveis. Quanto ao aspecto estúpido, os robôs que me enviam mensagens sexuais são parte disso.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.