A minissérie da HBO “Watchmen”, que aborda o racismo nos Estados Unidos, lidera a disputa pelo Emmy, com 26 indicações. A premiação será a primeira realizada durante a pandemia.

A comédia “Maravilhosa Sra. Maisel” a segue com 20 indicações; o thriller criminal “Ozark” e o drama de sucesso “Succession” sobre a luta de uma família dona de um conglomerado da mídia, receberam 18 indicações.

A série da Disney+ “The Mandalorian”, protagonizada pelo chileno Pedro Pascal, recebeu 15 indicações, as primeiras para a plataforma Disney+. A Apple TV+, também estreante, tem 18 indicações, incluindo uma pelo drama “The Morning Show”, com Steve Carrell e Jennifer Aniston, também indicados.

Os Emmy serão celebrados em 20 de setembro em uma cerimônia que deve ser virtual devido à COVID-19, que se espalha com força nos Estados Unidos, com 4,2 milhões de casos.

A pandemia prejudicou o calendário televisivo, a ponto de alguns programas não conseguirem entrar no período de elegibilidade para os prêmios deste ano.

Contudo, os quase 24.000 membros da Academia Americana da Televisão, que entrega o prêmio, receberam um número recorde de inscrições para exibir este ano.

“2020 não se reduz à crise de saúde mundial, mas estamos testemunhando uma das maiores lutas pela justiça social da história, e é nosso dever usar esse meio para a mudança”, afirmou o presidente da Academia, Frank Scherma, referindo-se às manifestações em massa contra o racismo e a violência policial após a morte de George Floyd.

Watchmen conquistou a audiência nestes tempos de protestos. Ela concorre a melhor minissérie, com Regina King e Jeremy Irons indicados nas categorias de atuação.

“Watchmen é uma grande série por si só, mas se tornou ainda mais ressonante nas últimas semanas e é provável que tenha um grande resultado na premiação”, indicou Joyce Eng, editora-chefe do site de acompanhamento de prêmios Gold Derby.

– Latinos ausentes –

As indicações foram anunciadas ao vivo em Los Angeles, com Leslie Jones no estúdio e os atores Laverne Cox, Josh Gad e Tatiana Maslany conectados em casa.

A Netflix foi a plataforma com mais indicações, com um total de 160, quebrando o recorde anterior, da HBO, de 137. Este ano, a HBO recebeu 107 indicações.

“Better Call Saul”, “The Crown”, “The Handmaid’s Tale”, “Killing Eve”, “The Mandalorian”, “Ozark”, “Stranger Things” e “Succession” competem pelo prêmio de melhor série dramática.

Jason Bateman e Laura Linney de “Ozark” competem nas categorias de atuação. Jodie Comer, que ganhou no ano passado, volta a concorrer um Emmy por seu papel como uma assassina sem coração em “Killing Eve”, que também rendeu uma indicação a Sandra Oh. A vencedora do Oscar Olivia Colman compete pelo prêmio de melhor atriz, por sua interpretação da rainha Elizabeth II, da Inglaterra, em “The Crown”.

Sterling K. Brown foi indicado por seu papel em “This Is Us” e como ator convidado em “Mrs. Maysel”, indicada a melhor série de comédia, assim como “Schitt’s Creek”. “Muito bom para ser verdade”, tuitou. “Cuidem-se, fiquem em casa. #BLM (sigla do movimento Black Lives Matter)”

Brown foi um dos vários atores indicados que não são brancos, em meio a pedidos por mais diversidade na indústria. Entre os indicados nas categorias de atuação, 10 são intérpretes negros. Mas este ano não houve latinos.

Muito poucos latinos já foram indicados nas quatro categorias principais, com Jimmy Smits tendo sido o último, por “NYPD Blue”, em 1999, e Rita Moreno em 1979. America Ferrera foi a única latina a ganhar o Emmy de melhor atriz de comédia, em 2007.