A Justiça dos Estados Unidos abriu nesta segunda-feira (22) uma linha dedicada às vítimas dos padres pedófilos em Washington, uma semana depois de a arquidiocese da capital federal publicar os nomes dos 31 sacerdotes acusados de agressões sexuais a menores de idade nos últimos 70 anos.

“As vítimas de agressões pedófilas cometidas por um integrante do clero em um lugar de culto, uma escola, ou qualquer outro lugar” da cidade podem recorrer a esta “hotline” especial, indicaram em um comunicado os serviços do procurador federal de Washington.

“Todos os depoimentos serão analisados” por uma equipe especializada, que determinará a pertinência de ações criminais, assinala o texto, acrescentando que quem assim solicitar poderá receber assessoria e apoio.

A arquidiocese de Washington está sendo sacudida pelas repercussões do escândalo dos padres pedófilos da Pensilvânia.

Os serviços do procurador deste estado publicaram em agosto os resultados de uma investigação que revelou abusos sexuais executados durante décadas por mais de 300 “padres predadores” com ao menos mil crianças.

O relatório acusa, entre outros, o arcebispo de Washington, Donald Wuerl, de 77 anos, de ter contribuído para silenciar o escândalo quando era bispo de Pittsburgh (Pensilvânia) entre 1988 e 2006.

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O papa Francisco aceitou a sua renúncia em meados de outubro.

Em nome da “transparência”, a arquidiocese de Washington publicou posteriormente em seu site os nomes dos 31 membros do clero que foram alvo “de acusações críveis de agressões sexuais a menores”.

Deles, 17 faleceram, nove foram condenados pela Justiça e os outros quatro já não têm cargos eclesiásticos.

No final de julho, o cardeal Theodore McCarrick, ex-arcebispo de Washington, de 88 anos, renunciou após ser acusado de agressões sexuais a um adolescente nos anos 1970.


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