O jogador de vôlei brasileiro Wallace Leandro de Souza pediu desculpas nesta terça-feira depois de postar no Instagram perguntando a seus seguidores se eles atirariam no presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo governo pediu que o atleta fosse investigado.

“Venho aqui pedir desculpas. Foi um post infeliz que eu acabei fazendo, errei. Estou aqui pedindo desculpas, quando você erra não tem jeito. Tem que assumir o erro e se desculpar. Jamais tive a intenção de incitar violência e ódio. Não é da minha pessoa”, disse o atleta, de 35 anos, em um vídeo na mesma rede social.

O campeão olímpico com a seleção brasileira na Rio-2016 e na Liga das Nações-2021 publicou na segunda-feira um ‘story’ com uma fotografia sua em um clube de tiro, na qual disponibilizou a ferramenta de perguntas para seus mais de 350 mil seguidores.

Um deles perguntou ao jogador se “daria um tiro na cara” do presidente, ao que o atleta respondeu com a pergunta “alguém faria isso” acompanhada do emoticon de uma cara de anjo e habilitando a opção de enquete no Instagram.

Embora Wallace, um conhecido apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, tenha posteriormente apagado a publicação, o governo de Lula pediu sanções contra o jogador de vôlei, que se aposentou da seleção brasileira no ano passado.

“Já acionei a AGU e vamos tomar todas as providências necessárias. Não vamos tolerar ameaças feitas por extremistas e golpistas!”, escreveu Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secretaria Especial de Comunicação (Secom) da Presidência da República, em sua conta oficial no Twitter.

Segundo a imprensa, o atleta poderá enfrentar um processo penal pelo delito de incitação ao crime, que tem pena de prisão de entre três e seis meses, além de uma multa.

“Antes de atleta, o jogador Wallace é um cidadão brasileiro e deve responder às nossas leis e instituições”, disse a ministra do Esporte, a ex-jogadora de vôlei Ana Moser, no Twitter.

A publicação de Wallace também foi condenada por seu clube, o Sada Cruzeiro, de Belo Horizonte, e pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV).

“Vivemos um momento delicado, em que precisamos ter muita cautela com as nossas manifestações”, afirmou o time mineiro em uma mensagem nas redes sociais.

Em uma nota enviada à AFP, o departamento de comunicação da CBV repudiou “qualquer tipo de violência ou incitação a atos violentos”.

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