Wall Street fecha em queda após novos anúncios tarifários dos EUA

A bolsa de Nova York fechou em queda, nesta segunda-feira (7), puxada pelo anúncio do presidente americano, Donald Trump, sobre a imposição de novas tarifas alfandegárias para vários países e à espera de novidades sobre sua decisão acerca de outros parceiros comerciais.

O índice industrial Dow Jones recuou 0,94%, enquanto o tecnológico Nasdaq caiu 0,92% e o ampliado S&P 500 baixou 0,79%.

As tarifas alfandegárias “parecem agora muito mais tangíveis para o mercado”, resumiu à AFP Steve Sosnick, analista da Interactive Brokers.

Nesta segunda-feira, o presidente americano enviou as 15 primeiras cartas anunciando taxações aos países com os quais não houve avanços em acordos comerciais, e assegurou que será cobrada uma sobretaxa de 25% para o Japão e a Coreia do Sul.

As tarifas serão mais altas para a África do Sul (30%), mas sobretudo para Laos e Mianmar (40% para ambos).

Estas taxas adicionais serão impostas “a partir de 1º de agosto”, segundo Trump. O magnate republicano tinha programado sua entrada em vigor para 9 de julho.

“Ainda há oportunidades para negociar (…) e enquanto existirem, os investidores não vão reagir de forma radical”, relativizou Sosnick.

Os atores do mercado estão acostumados com as mudanças de opinião frequentes de Trump na área comercial, e “ninguém quer reagir de forma exagerada por enquanto”, acrescentou o analista.

Wall Street também está na expectativa da publicação da ata da reunião de junho do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve (Fed, banco central americano), prevista para a quarta-feira.

No mercado de títulos, o rendimento da dívida americana a dez anos subiu para 4,39% por volta das 20h15 GMT (17h15 de Brasília), frente aos 4,35% no fechamento da sexta-feira.

No meio empresarial, as ações da fabricante de veículos elétricos Tesla caíram 6,79% (293,94 dólares ou 1.603,3 reais), depois que seu CEO e ex-aliado de Trump, Elon Musk, anunciou, no sábado, a criação de seu próprio movimento político, o “Partido da América”.

“Os investidores da Tesla esperavam que Musk enfim se concentrasse plenamente em (…) seus interesses comerciais e não em seus interesses políticos”, disse Sosnick. “Este anúncio é percebido como exatamente o tipo de distração que os investidores não querem”.

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