Wall Street fecha em alta após anúncio da Apple de investimentos bilionários nos EUA

A bolsa de Nova York fechou em alta nesta quarta-feira (6), impulsionada pelo anúncio da Apple de investimentos adicionais de 100 bilhões de dólares (R$ 548 bilhões) nos Estados Unidos, na véspera da entrada em vigor de uma nova onda de tarifas no país.

O índice Dow Jones subiu 0,18%, o tecnológico Nasdaq ganhou 1,21% e o índice S&P 500 avançou 0,73%.

Em um mercado “em plena efervescência”, os investidores deixaram temporariamente de lado “as flutuações comerciais e os dados econômicos”, indicou o analista Jose Torres, da Interactive Brokers.

O gigante da tecnologia Apple impulsionou a bolsa após anunciar que aumentará seu investimento nos Estados Unidos em 100 bilhões de dólares, o que eleva o total para 600 bilhões (R$ 3,3 trilhões) em quatro anos, declarou nesta quarta-feira à AFP um alto funcionário da Casa Branca.

“Ao anunciar publicamente um investimento nacional com Donald Trump, reduz-se a probabilidade de que o presidente dos Estados Unidos imponha novas tarifas à Apple”, comentou Christopher Low, da FHN Financial.

O grupo californiano calculou em 1,1 bilhão de dólares (R$ 6 bilhões) os gastos adicionais no segundo trimestre devido às tarifas americanas, que se somam aos 800 milhões (R$ 4,4 bilhões) registrados no trimestre anterior.

Na ausência de novos dados econômicos significativos, Wall Street se beneficiou de uma temporada de resultados considerada, até o momento, “boa” tanto em termos de lucros quanto de previsões, opinou Low.

Isso sugere que “existe certa margem para que as empresas continuem sendo rentáveis mesmo enfrentando as tarifas”, acrescentou.

A bolsa tampouco foi afetada pelas sobretaxas adicionais de 25% a produtos que a Índia exporta para os Estados Unidos, que se somam a outros 25% que entrarão em vigor na quinta-feira. Washington puniu as importações de Nova Délhi por sua compra de petróleo russo.

A menos de 24 horas da aplicação das tarifas que afetam a maior parte dos parceiros comerciais dos Estados Unidos, os investidores parecem “acostumados” à política protecionista de Trump, acrescentou Low.

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