Usado por Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para viabilizar as manobras e atrasar o processo no Conselho de Ética, o 1º vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), admitiu a aliados que votará a favor da cassação do peemedebista. Ele disse também ser contra uma pena mais branda, como a suspensão do mandato que aliados de Cunha tentam articular. A votação está marcada para começar 19 horas desta segunda-feira, 12.

Maranhão atuou para beneficiar Cunha antes e depois de o peemedebista ser afastado da presidência da Câmara e do mandato, em maio deste ano. Um delas ocorreu em dezembro, quando Maranhão determinou, a mando do deputado fluminense, destituir o primeiro relator do processo no Conselho de Ética, deputado Fausto Pinato (PP-SP). O argumento era de que Pinato estava impedido de ser relator, pois fez parte do mesmo bloco partidário de Cunha.

No fim de maio, já como presidente interino da Câmara, Maranhão enviou à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa consulta que poderia ter mudado o destino de Cunha. Uma das perguntas da consulta era se o plenário deveria votar um projeto de Resolução ou o parecer pela cassação aprovado pelo Conselho de Ética. Diferente do parecer, o projeto admite emendas, por meio das quais aliados de Cunha tentariam aprovar uma pena mais branda.

Pressionado, Maranhão acabou retirando a consulta posteriormente. Com isso, a “tropa de choque” de Cunha fará na sessão desta segunda-feira, 12, questão de ordem pedindo que deputados votem o projeto de Resolução e não o parecer. O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já afirmou que vai negar a questão, mas a palavra final será do plenário. Ou seja, o peemedebista precisará de votos de pelo menos 257 deputados para conseguir que a resolução seja votada.

Maranhão já registrou presença e está presidindo a sessão plenária de discursos que acontece na tarde de hoje. Publicamente, porém, ainda tenta manter sua posição em segredo. “Vou votar. Meu voto será simbólico, mas só vou revelar mais tarde”, afirmou à reportagem. No Placar do jornal O Estado de S. Paulo, o 1º vice-presidente da Câmara aparece no rol de deputados que não quiseram responder sobre o voto. O mesmo acontece com 28 deputados de seu partido, o PP.

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