A equipe econômica revisou projeções e espera um rombo ainda maior nas contas públicas em 2020. A estimativa para o déficit primário do setor público passou para R$ 895,8 bilhões (12,5% do PIB), ante previsão anterior de R$ 891,1 bilhões (12,4% do PIB), feita no início do mês.

Os dados foram apresentados pelo secretário de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, na Comissão Mista do Congresso Nacional que acompanha as medidas para fazer frente à covid-19. Para o governo central, o déficit estimado agora é de R$ 871 bilhões (12% do PIB), ante projeção anterior de R$ 866,4 bilhões (12,1%).

Também foram apresentadas novas estimativas para o endividamento público. A expectativa é que a Dívida Bruta do Governo Geral fique em 93,9% no cenário base (PIB em -4,7%), chegando a 96,2% no pior cenário (PIB em -6,7%). Já a dívida líquida do setor público pode variar de 67,8% a 69,5% do PIB.

Renda mínima

Depois de levar um “puxão de orelha” do presidente Jair Bolsonaro por defender mudanças nos reajustes de aposentadorias para financiar a criação de um programa de renda mínima, o secretário Waldery Rodrigues disse nesta segunda-feira que uma nova proposta para o programa está sendo discutida no governo e será anunciada “no tempo devido”.

Questionado sobre o assunto durante audiência virtual da Comissão Mista do Congresso, Waldery evitou se alongar no assunto e afirmou que ele está sendo tratado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

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Waldery Rodrigues também disse Paulo Guedes está tratando de forma “serena e transparente” a questão da redução de despesas que poderá ser feita para bancar um novo programa de renda mínima.

“O líder (do governo na Câmara) Ricardo Barros e o ministro Guedes comunicarão as soluções, e eles falaram de forma muito precisa que as discussões estão se dando de forma muito serena e direta para não haver divergências”, afirmou, na audiência.

Reforma tributária

O secretário disse ainda que a segunda etapa da reforma tributária do governo será encaminhada “brevemente” ao Congresso Nacional. “O plano do governo para sair da crise está sendo detalhado pelo ministro Paulo Guedes”, completou.

Para o secretário, a maioria dos setores da economia brasileira apresentam uma “recuperação em V”, com exceção do setor de serviços, que tem recuperação mais lenta. Ele ressaltou que o aumento de investimentos deve vir pelo setor privado, já que há pouco espaço no Orçamento público para isso. “Não existe política de investimento sustentável sem fiscal robusto”, afirmou.


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