O advogado e ex-secretário de Comunicação de Jair Bolsonaro, Fábio Wajngarten, criticou nesta quinta-feira, 4, o posicionamento dos advogados do general e ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira no julgamento que apura a trama golpista no Supremo Tribuna Federal.
Durante a sessão de quarta-feira, 3, o advogado Andrew Fernandes Farias afirmou que seu cliente tentou demover o ex-presidente Jair Bolsonaro de tentativas de golpe de Estado após o resultado das eleições de 2022.
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“Eu sei muito bem qual era o ‘modus operandi’ dessa turma que vivia no bate e assopra na orelha do presidente. Criavam e distribuíam dentro do Gabinete Presidencial teorias conspiratórias para se manterem vivos dentro de suas insignificâncias”, afirmou Wajngarten nas redes sociais.
Eu venho da escola onde há máximo respeito e admiração pelas forças armadas. A escola Israelense.
Jamais generalizando, eu sei muito bem qual era o “modus operandi” dessa turma que vivia no bate e assopra na orelha do Presidente.
Criavam e distribuíam dentro do Gabinete… pic.twitter.com/TtI82xh0pf— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) September 4, 2025
No post, Wajngarten ressaltou ter respeito pelas Forças Armadas, mas pontuou que militares como Paulo Sérgio “vilanizavam a política” antes do mandato de Bolsonaro. “Se deslumbraram por completo com microfones, garçons e motoristas, que faziam parte do ‘entourage’ que nunca tiveram”, escreveu Wajngarten.
Relembre a fala do advogado do ex-ministro
O advogado Andrew Farias, que representa o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, disse que seu cliente “atuou ativamente” para demover o ex-presidente Jair Bolsonaro de qualquer iniciativa golpista.
Farias disse que o general “honrou a memória do nosso pacificador Duque de Caxias quando assessorou o (então) presidente da República de que nada podia ser feito diante do resultado das eleições, é o que diz o delator, quando ele se posicionou totalmente contrário a qualquer medida de exceção, quando ele atuou ativamente para demover o presidente da República de qualquer medida nesse sentido”.
O advogado disse que o seu cliente temia que “alguma liderança militar levantasse o braço e rompesse (com o Estado democrático)”. Por isso, segundo Farias, Paulo Sérgio buscou “unidade (dentro das Forças Armadas) contra qualquer medida de exceção” e “buscou que todos falassem a mesma língua para dissuadir o presidente”.
Farias afirmou ser “compreensível que um comandante de força, de saco cheio desse assunto, não querer falar disso, tudo bem, porque ele está falando para a força dele”, mas que Paulo Sérgio “tinha a responsabilidade de ser o ministro da Defesa e honrar a memória de Caxias da unidade das Forças Armadas contra qualquer medida de exceção”.
O advogado argumentou que a própria acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR) indica que integrantes da organização criminosa que buscou um golpe de Estado no País teriam tentado tirar Paulo Sérgio do Ministério da Defesa diante da falta de apoio ao golpe.
“Segundo a própria acusação, membros dessa organização criminosa estavam lutando para retirar do cargo o general Paulo Sérgio e o general Freire Gomes. Como ele fazia parte da organização se estavam lutando para tirar Paulo Sérgio e Freire Gomes? Não só isso, sofreu ataques virtuais (por atuação contra o golpe)”, declarou.
* Com informações do Estadão Conteúdo