A Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) anunciou nesta quinta-feira que o dia 2 de maio é o prazo final para que o Quênia coloque a sua legislação de combate ao uso de substâncias proibidas em linha com o código global. Caso isso não seja feito, a sua comissão de revisão vai recomendar que a nação africana seja declarada em não conformidade com as regras da Wada.

A Wada explicou nesta quinta-feira, através de um comunicado, que um comitê independente de revisão de conformidade se reuniu e apontou que o programa antidoping do Quênia ainda estava “em não conformidade” com o código da Wada.

A declaração se dá após o Quênia falhar em atualizar a sua legislação até a última terça-feira, segundo prazo dado pela Wada neste ano ao país africano e que não foi cumprido – o primeiro era o dia 11 de fevereiro.

Agora portanto, foi dado um novo ultimato, alertando o Quênia de que se uma nova legislação não for aprovada e regulamentada, com um novo organismo antidoping, o comitê pedirá a direção da Wada para declarar o país como incompatível com a legislação mundial.

A lei que criminaliza o doping tem enfrentado vários atrasos no parlamento queniano, tendo sido apresentada apenas em 30 de março. A legislação, porém, não foi aprovada e o parlamento decretou um recesso no dia seguinte.

Apesar de o país ser declarado em não conformidade com as regras da Wada não afetar imediatamente os atletas, a decisão poderia estimular a Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) a considerar a aplicação de novas sanções, incluindo o banimento das competições quando faltam quatro meses para os Jogos Olímpicos do Rio.

O Quênia tem graves problemas de doping entre os seus atletas, com 40 deles tendo sido suspensos após os Jogos Olímpicos de 2012, em Londres. Além disso, vários dirigentes são investigados pela IAAF por corrupção.