19/03/2024 - 15:55
Durante as investigações sobre o esquema de inserção de dados falsos em cartões de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a Polícia Federal descobriu um diálogo entre João Carlos de Sousa Brecha, ex-secretário do governo de Duque de Caxias (RJ), e filha dele.
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O relatório da PF, ao qual a ISTOÉ teve acesso, mostra a conversa entre os dois, que ocorreu no dia 19 de outubro de 2022. “Papai, eu vou tomar vacina do Covid segunda dose, não falsifica, por favor”, solicitou ela.
O então secretário de Duque de Caxias respondeu: “Tá bom, meu amor. Você é corajosa”.
De acordo com a Polícia Federal, João Carlos era o responsável pela execução da inclusão de dados fraudulentos em cartões de vacinação. A conversa faz parte do relatório da corporação divulgado nesta terça-feira, 19, depois que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, retirou o sigilo.
Para a PF, o diálogo entre pai e filha é mais um elemento que comprovaria a responsabilidade do ex-secretário em relação a falsificação de vacinação de diversas pessoas investigadas.
Indiciados
Os investigadores apontam o ex-secretário como operador de inserções falsas em cartões de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), das filhas dele e também do ex-presidente.
A Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro, Mauro Cid, João Carlos Brecha e outras 14 pessoas por suposto envolvimento no esquema. Isso não significa que os citados sejam culpados e punidos, mas, sim, que a corporação encontrou elementos que apontam o suposto responsável pelo crime.
Agora o indiciamento segue para a PGR (Procuradoria-Geral da República), que decide se apresenta, ou não, denúncia contra os envolvidos.
