Seja honesto, caro leitor, a quem você entregaria seu negócio: Lula, Bolsonaro ou Henrique Meirelles? Quem você gostaria de ter como genro: Lula, Bolsonaro ou Doria? A quem você pediria conselhos financeiros: Lula, Bolsonaro ou João Amoêdo? Em quem você confiaria como seu advogado: Lula, Bolsonaro ou Sergio Moro? Se contraísse Covid, quem seria seu médico: Lula, Bolsonaro ou Henrique Mandetta?

Se Dilma Rousseff não conseguiu administrar uma lojinha de R$ 1,99, por que diabos você achou que conseguiria administrar um país do tamanho e com a complexidade e os problemas do Brasil? Por que um oligarca como Collor foi merecedor do seu voto, de sua confiança e de sua crença em um país mais justo e honesto? Percebe, ó incansável eleitor iludido, como seu voto tem sido responsável pela nossa desgraça?

Você não gosta do “calcinha apertada” João Doria? Sinceramente, eu também não. Acho-o engomadinho demais, fingido demais, cínico demais, aparecido demais. Porém não vou tomar cerveja com ele nem convidá-lo para um churras aqui em casa. Mas adoraria ter aulas de administração com ele. O cara é um baita empresário de sucesso, foi prefeito de São Paulo e é governador do estado mais rico e desenvolvido do País.

Você acha Henrique Meirelles um porre? Quando ele fala você fica com sono? Ok, você tem razão. O cara não é mesmo um primor na comunicação. Mas olha só: é um dos banqueiros mais respeitados do mundo! Um homem com trânsito nas maiores esferas públicas e privadas do planeta. E já nos tirou do buraco, ou melhor, do fundo do poço, pelo menos duas vezes nos últimos anos. Você realmente acha que ele não seria um bom presidente?

Entre um obscuro parlamentar, que absolutamente nada produziu em 30 anos de atuação; que empregou funcionários fantasmas e que possui relação íntima com milicianos; que emplacou na política três filhos, sendo um deles investigado por peculato; que jamais trabalhou na vida (me refiro a trabalhar de verdade, não em sentar o bumbum num cargo público), e um João Amoêdo, por exemplo, por que você optou pelo primeiro?

Toda eleição apresenta um leque de bons candidatos. Pelo menos no primeiro turno. O diabo é que você e milhões de outros eleitores insistem em levar para o round final ao menos um traste para votar e transformar em presidente da República. Foi assim com Lula e Serra, Lula e Alckmin, Dilma e Serra. Pior: levaram dois trastes em 2014 (Dilma e Aécio) e em 2018 (Bolsonaro e Haddad). E eu optei por dois deles, hehe. Pobre de mim, mas PT, jamais!

Já passou da hora de nos tornarmos eleitores maduros, atentos e menos infantis. Um presidente não precisa ser bonito ou simpático, nem carismático e popular. Precisa ser muito bem preparado e estar à altura do cargo e da responsabilidade. E pouco importa se é homem ou mulher, cristão ou evangélico, paulista ou nordestino. Honesto? Bem, para quem acha que honestidade é qualidade, e não obrigação, vá lá: honesto, sim.

Se você está à procura de um pai ou de uma mãe, não será na Presidência da República que irá encontrar. Tampouco se estiver à procura de um guru ou ídolo. Muito menos de um mito. Esteja à procura de um excelente gestor e de um exímio articulador político. De um líder que seja ouvido e respeitado no mundo. E, quando encontrar, não o idolatre. Cobre! Não o trate de outra forma senão como um servidor público muito bem remunerado e cheio de mordomias.

Chega de esperar que alguém resolva os problemas que você mesmo criou votando em quem não presta. O voto é seu. Faça bom uso! Não continue sendo esse eleitor bobão, que vota em quem é legal, que endeusa quem não está nem aí pra você ou sequer sabe que você existe. Porque, se continuar, este País jamais deixará de ser essa porcaria que me obriga a escrever esses textos gigantes e chatérrimos, ao invés de falar de futebol, picanha e cerveja.