O presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta terça-feira, dia 21, que a votação do parecer pedindo a cassação de seu mandato, realizada na semana passada pelo Conselho de Ética da casa, é nula e terá de ser refeita. Segundo o peemedebista, a aprovação de um requerimento para votação por chamada nominal dos membros do colegiado foi “estranha” e está em desacordo com o Regimento Interno da Câmara.

Cunha também questionou, mais uma vez, a escolha do deputado Marcos Rogério (DEM-RO) para ser relator de seu processo no colegiado. De acordo com ele, a relatoria do parlamentar será objeto de recurso dele à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. O peemedebista argumenta que Rogério não poderia ter assumido a relatoria, pois passou a fazer parte do mesmo bloco parlamentar de Cunha quando trocou o PDT pelo DEM. “Não acolher isso é rasgar o Código de Ética”, afirmou.

O presidente afastado da Câmara voltou a falar de seletividade da Justiça e de cerceamento de sua defesa. “Tudo que faço é manobra, quanto aos que querem me derrotar não é manobra”, afirmou.

Cunha acusou o presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo (PR-BA) de ter usado de “má-fé” desde o início da tramitação de seu processo no colegiado. “Ele sempre errava propositalmente para ter mídia, por ele esse processo durava até 2018”, disse.