20/07/2024 - 7:31
Companhias aéreas de todo mundo estão gradualmente voltando a voar neste sábado (20/07), depois do tumulto causado por uma das maiores falhas de TI dos últimos anos.
As operações no aeroporto internacional de Berlim voltaram ao normal, afirmou a administradora do aeroporto neste sábado. Os voos de partida estão dentro do cronograma, com pequenos atrasos.
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Várias companhias aéreas dos EUA também comunicaram que já haviam retomado as operações. “De acordo com nossas informações, os voos foram retomados em todo o país, mas ainda há algum congestionamento”, disse um representante do governo americano.
Na Ásia, os aeroportos de Hong Kong, Coreia do Sul e Tailândia anunciaram a restauração de seus serviços de check-in. As operações também voltaram ao normal nos aeroportos da Índia, Indonésia e Singapura. Os aeroportos de Pequim não foram afetados, informou a televisão estatal chinesa.
No Reino Unido, os passageiros foram alertados sobre possíveis interrupções de viagem neste fim de semana, já que as redes de transporte do país continuam a sentir o impacto da pane global de TI. Atrasos e cancelamentos de voos estão entre os transtornos que devem continuar no fim de semana após a interrupção, com especialistas alertando que pode até mesmo levar semanas para que os sistemas se recuperem totalmente.
Atrasos e cancelamentos devido a apagão
Nesta sexta-feira, multidões de passageiros se aglomeraram em aeroportos de todo mundo à espera de informações depois de centenas de voos terem sido cancelados.
As principais companhias aéreas do mundo, incluindo as americanas American Airlines, Delta e United, cancelaram ou atrasaram voos em todo o mundo, causando longas filas nos aeroportos. A empresa Delta Air Lines foi uma das mais atingidas, com 20% de seus voos cancelados, de acordo com o serviço de rastreamento de voos FlightAware.
Em todo o mundo, cerca de 5 mil voos comerciais foram cancelados, de acordo com a empresa de análise de aviação Cirium. Aeroportos de Los Angeles a Singapura, Amsterdã e Berlim comunciaram que as companhias aéreas estavam fazendo o check-in de passageiros com cartões de embarque escritos à mão, causando atrasos.
Nos EUA, a interrupção teve um grande impacto, especialmente no setor de aviação e logística. Mais de 31 mil voos sofreram atrasos e cerca de 3.600 foram cancelados, segundo o FlightAware, algo que não se via desde os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.
Na Europa, vários aeroportos foram afetados. O Aeroporto de Heathrow, em Londres, um dos mais movimentados, implementou planos de contingência para minimizar o impacto sobre as viagens.
Os aeroportos de Luton, Gatwick, Stansted, Edimburgo e Manchester, no Reino Unido, Roma, Schiphol (Holanda), Berlim, Zurique (Suíça) e Cracóvia (Polônia) também foram afetados.
No Brasil, a companhia aérea Azul foi a mais afetada, com inúmeros voos atrasados ou mesmo cancelados. Também empresas europeias que tem voos que partem do Brasil, como KLM e Iberia, registraram atrasos.
No México, as companhias aéreas parecem continuar tendo problemas, com os aeroportos de Guadalajara e Monterrey pedindo aos viajantes que cheguem com várias horas de antecedência.
Outros países da América Latina, como Argentina, Panamá, República Dominicana, Peru, Honduras e Chile, foram minimamente afetados, e suas companhias aéreas nacionais e internacionais, com poucas exceções, relataram operações normais.
As companhias aéreas e os aeroportos da Ásia e da Oceania também confirmaram que tiveram problemas. Várias empresas, inclusive companhias aéreas dos Emirados Árabes Unidos, do Kuwait e do Bahrein, foram afetadas, embora em sua maioria de forma “limitada”.
Falha já foi corrigida
A Microsoft comunicou que o problema começou no início da noite de quinta-feira, afetando os usuários do sistema operacional Windows 10 que utilizam o software de segurança cibernética CrowdStrike Falcon.
A empresa CrowdStrike admitiu que uma falha numa atualização do CrowdStrike Falcon causou o apagão e afirmou ter implementado uma correção para a falha. O chefe da empresa, George Kurtz, disse à emissora americana CNBC que queria pedir desculpas a todas as organizações e as pessoas afetadas.
Segundo especialistas em informática, a última atualização do Falcon continha erros e imediatamente colocou em colapso a plataforma de computação na nuvem Azure, da Microsoft.
Isso provocou o aparecimento das chamadas “telas azuis da morte”, que em todo o mundo indicavam que os sistemas haviam parado de funcionar e que os servidores precisavam ser reiniciados.
as (Efe, AFP, Reuters)