Von der Leyen supera duas moções de censura no Parlamento Europeu

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, superou nesta quinta-feira (9) duas moções de censura no Parlamento do bloco, embora persistam as críticas à sua gestão à frente do Executivo europeu.

A conservadora alemã, eleita para um segundo mandato após as eleições europeias de 2024, enfrentou este ano três tentativas de derrubá-la.

As moções votadas nesta quinta-feira no Parlamento, com sede em Estrasburgo, foram apresentadas pela extrema direita e pela esquerda radical.

Ambas as iniciativas fracassaram graças ao apoio de sua coalizão, formada pelos conservadores do Partido Popular Europeu, os social-democratas e os liberais (Renew).

A primeira moção, da extrema direita, recebeu 378 votos contra, 179 votos a favor e 37 abstenções. A segunda obteve 383 contra, 133 a favor e 78 abstenções.

Após os resultados, Von der Leyen celebrou “forte apoio” do Parlamento em uma mensagem no X.

A presidente da Comissão já havia enfrentado uma moção em julho, apresentada por um eurodeputado romeno de extrema direita. A iniciativa foi rejeitada por 360 votos.

Mas, apesar de superar essas três moções em um Parlamento Europeu cada vez mais fragmentado, as críticas à sua gestão continuam.

Tanto a esquerda quanto o centro a acusam de cultivar ambiguidades com a extrema direita e de desmantelar as leis ambientais.

“Ela deve escolher entre seus aliados e aqueles que não são nossos amigos”, criticou na segunda-feira a presidente dos social-democratas, a espanhola Iratxe García.

A esquerda radical, por sua vez, acusa-a de “omissão” diante do “genocídio” em Gaza, segundo palavras da francesa Manon Aubry, copresidente do grupo.

E a extrema direita, representada também pelo francês Jordan Bardella, denunciou as políticas migratórias do bloco e a “rendição comercial” da UE pelo acordo firmado com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Uma moção de censura pode ser apresentada por 10% dos eurodeputados, ou seja, 72 parlamentares.

Para ser aprovada, deve obter mais de dois terços dos votos emitidos, o que representa a maioria do Parlamento Europeu. O Parlamento Europeu nunca destituiu uma Comissão, o órgão executivo dos 27 Estados-membros da UE.

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