BRUXELAS, 18 DEZ (ANSA) – A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, confirmou nesta quinta-feira (18) o adiamento da assinatura do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul para janeiro.
De acordo com múltiplas fontes diplomáticas europeias, a política belga comunicou a decisão aos líderes da UE reunidos em Bruxelas.
O pacto comercial entre os dois blocos estava inicialmente previsto para ser assinado no próximo sábado (20), durante a cúpula de líderes do Mercosul, em Foz do Iguaçu, no Paraná.
Os chefes de Estado e de governo da União Europeia se reuniram na Bélgica, em meio a protestos de agricultores europeus que chegaram a Bruxelas com tratores, para discutir uma série de temas, incluindo o tratado com o Mercosul.
A aprovação do acordo no bloco europeu exige maioria qualificada, com pelo menos 15 dos 27 Estados-membros, desde que representem ao menos 65% da população da UE, condição que pode ser alcançada com o aval da Itália ao texto.
Entre outros assuntos debatidos, os líderes também discutiram a situação no Oriente Médio e trataram de um dos dossiês mais sensíveis da agenda europeia: o uso de ativos russos congelados.
Fontes locais afirmaram que houve avanços concretos nas negociações técnicas realizadas à margem do Conselho Europeu sobre um empréstimo de reparação à Ucrânia, baseado em ativos de Moscou imobilizados.
O objetivo da UE continua sendo chegar a um acordo sobre um mecanismo de garantia robusto com a Bélgica. Além disso, a Comissão Europeia estaria avaliando duas opções para ampliar o apoio financeiro à Ucrânia. Em uma delas, as negociações se concentram nas garantias exigidas pela Bélgica para aprovar o mecanismo de empréstimo para reparações; a outra está voltada à busca de soluções para o chamado “Plano B”, que prevê um empréstimo financiado por dívida comum. (ANSA).