O consumo de gás natural no mês de julho em todo o País foi de 56,18 milhões de metros cúbicos por dia, o que corresponde a uma queda de 22,5% na comparação com os 72,532 milhões de metros cúbicos diários de igual mês do ano passado e uma retração de 4,95% em relação ao mês de junho, quando foram consumidos 59,105 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Os dados fazem parte de levantamento estatístico da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), feito com concessionárias em 20 Estados.

A entidade destacou que, após um trimestre de recuperação, o consumo da indústria diminuiu 8,09% em julho na comparação com junho. Em relação ao mesmo mês de 2015, a baixa é de 9,75%. Já o consumo de gás natural para geração elétrica caiu 17,7% frente a junho e 56,4% ante o mesmo período do ano anterior.

“A queda de consumo industrial e na geração elétrica ainda é reflexo da queda da atividade e da produção industrial no País, confirmado em pesquisas da CNI e IBGE”, afirmou o presidente executivo da Abegás, Augusto Salomon, por meio de nota. Ele defendeu a elaboração de uma política para o gás natural, em desenvolvimento no Ministério de Minas e Energia. “O gás natural é um aliado estratégico nesse esforço para que a economia brasileira retome o crescimento.”

Segundo a entidade, a desaceleração do segmento industrial também se refletiu no uso do gás natural para cogeração, que foi reduzido em 5,6% na comparação com junho e em 7,4% frente aos dados de julho de 2015.

Embora os principais segmentos consumidores de gás natural tenham registrado queda nos volumes, comércios e residências seguem aumentando sua demanda. No segmento comercial, o consumo subiu 5,5% em julho, ante junho, e 9,5% na comparação com o mesmo período de 2015. No mercado residencial, o crescimento foi de 3,3% na comparação com junho e de 25,1% frente a julho de 2015.

Para a Abegás, os números refletem o investimento contínuo das concessionárias em expandir a rede de distribuição e o esforço de prospecção de novos clientes. A entidade aponta que nos últimos doze meses o número de consumidores comerciais cresceu 9% enquanto o de residências atendidas subiu 8%.

O consumo de gás natural veicular (GNV) também apresentou desempenho positivo, com leve alta de 0,49% em julho, ante junho, e crescimento de 3,7% na comparação com julho de 2015, o que, segundo a Abegás, reflete o aumento de competitividade do GNV frente aos combustíveis líquidos (gasolina e diesel) no período.