Rio – Um grupo de cerca de 100 moradores da Barreira do Vasco, na Zona Norte do Rio, realizou na manhã desta segunda-feira uma manifestação pacífica pela morte do garçom Francisco Laercio, de 26 anos, atingido com um tiro na cabeça no último sábado na comunidade. Familiares questionam a prisão dos policiais por “desobediência de ordem e descumprimento da missão”.
“A comunidade só quer pedir justiça por conta dessa atrocidade que esses policiais cometeram. Eles não podem ficar presos por desobediência, a prisão tem que ser pela morte do Laercio”, disse o primo da vítima, Gilson Marques.
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O corpo do garçom será velado ainda nesta segunda em uma igreja católica da comunidade. Após o velório o caixão será levado para o Aeroporto Santos Dumont e segue para o Nordeste. Francisco Laercio será enterrado amanhã em sua cidade natal, Ipaporanga, no Ceará, onde também está prevista manifestação.
“A gente que é nordestino e sai da nossa cidade para tentar algo melhor para nossa família sofre muitos preconceitos. Nosso sonho é voltar e poder abraçar as nossas famílias e hoje o Francisco volta pra família dele dentro de um caixão”, lamentou Gilson.
VÍDEO: Moradores da Barreira do Vasco realizam nesta segunda-feira uma manifestação pacífica pela morte do garçom Francisco Laercio. Crédito: Agência O DIA. Leia mais em https://t.co/AXwKS5fNbB pic.twitter.com/WON2nCZEZa
— Jornal O Dia (@jornalodia) November 11, 2019
Antes do protesto, os familiares e amigos fizeram uma oração e um minuto de silêncio em homenagem à Laercio. A família reforça que não foi amparada pelo governo e, até o momento, todos os gastos estão sendo pago por eles.
Os policiais foram presos por desobediência de ordem e descumprimento de missão, ambos crimes militares. Em nota, a PM disse que a prisão não tem como base a morte de Francisco Laércio e sim pela “quebra dos protocolos estabelecidos pela corporação”. Os policiais foram encaminhados para a Unidade Prisional (UP).
A pena por desobediência de ordem é de um a dois anos de detenção, caso o fato for de natureza mais grave. Já o descumprimento de missão tem pena de apenas seis meses a dois anos de prisão, também se o fato não constituir crime mais grave.