A Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz publicou um comunicado na segunda-feira (20) em que afirma considerar “prematura” a reabertura das escolas no município do Rio de Janeiro.

“Diante da possibilidade de possível recrudescimento de casos e óbitos no município, ainda parece prematura a abertura das escolas no atual momento da pandemia pelo SARS-CoV2. É necessário que especialistas, epidemiologistas, infectologistas, pneumologistas, pediatras e outros acompanhem e monitorem todo o processo pandêmico. Principalmente para avaliar o impacto no número de casos e mortes com a reabertura dos outros processos produtivos na cidade do Rio de Janeiro”, diz o comunicado.

Ainda de acordo com o relatório, o município do Rio de Janeiro precisa garantir que as escolas públicas e privadas apresentem seus planos específicos para abertura e a construção de diretrizes e protocolos rígidos para monitoramento e controle de casos, atenção redobrada para os alunos especiais e política de abordagem psicossocial e saúde mental.

Retorno está previsto para agosto

Nesta terça-feira (21), o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, anunciou a liberação da volta às aulas, a partir do dia 3 de agosto, para quatro séries das escolas particulares. Segundo ele, houve acordo com representantes de escolas e de professores, para o retorno das turmas de 4º, 5º, 8º e 9º anos.

No entanto, o Sindicato dos Professores do Município do Rio (Sinpro-Rio), que esteve presente à reunião com a prefeitura, negou que tenha havido qualquer acordo para a volta às aulas.

“Em nenhum momento nós concordamos com isso. Fizemos questionamentos, inclusive, se haveria testagem para os professores. Dissemos que não concordávamos com o retorno, mas que iríamos levar a proposta para a assembleia, dia 1º de agosto. Não houve nenhum fato novo que possibilite esta volta”, disse Afonso Celso Teixeira, vice-presidente do Sinpro.

Para o Sindicato dos Estabelecimentos de Educação Básica do Rio de Janeiro (Sinepe Rio), há condições para a volta às aulas. Em nota, a entidade explicou por que acredita haver possibilidade para o retorno.

“A rede privada de ensino está preparada para a volta às aulas de forma segura e gradual, na medida em que as autoridades assim o permitam. As escolas seguirão os cuidados necessários, previstos no protocolo básico aprovado pelas autoridades sanitárias. Além disso, respeitará a decisão de cada família, que discernirá o momento em que se sentirá confortável em levar o seu filho para participar das atividades presenciais”, se manifestou o sindicato das escolas privadas.

Segundo o Sinepe, são 481.369 alunos e 27.820 professores nas escolas particulares da educação básica, em um total de 2.031 escolas. Na rede pública do município, são cerca de 650 mil alunos, mas para esses, segundo Crivella, ainda não há definição de quando acontecerá a volta às aulas.

*Com informações da Agência Brasil