15/07/2020 - 10:03
Henri Matisse, um dos artistas mais importantes do século 20, dizia que uma pequena ousadia descoberta no trabalho de um amigo era rapidamente compartilhada com todos, criando muitas vezes um ambiente de inspiração e desenvolvimento colaborativo – ou de brigas e disputas, como acontecia na maioria dos casos. Essa é realidade até os dias de hoje: basta alguém identificar algo novo, para os outros correrem atrás de mais detalhes sobre a descoberta.
O mundo das artes está sempre conectado e não existe a falsa ideia de que artistas trabalham sozinhos, sem inspirações ou sem referências. Compartilho coluna que escrevi sobre Cézanne, fundamental para quem deseja se preparar para novas descobertas. A Arte Moderna ainda vai render muitas colunas e histórias divertidíssimas sobre a disputa entre os pintores. Mas, enquanto não mergulhamos nesse universo, proponho uma viagem sem sair de casa.
Com a internet, a procura por conhecimento e por referências é fácil e é um elemento presente no processo de criação de artistas de todas as nacionalidades. Costumamos dizer que a inspiração é o primeiro passo para a construção de uma obra e que a arte, desde a pré-história, manifesta diferentes visões por meio da pintura, música, dança, arquitetura, entre muitas outras opções criativas.
O Google, o maior buscador de informações do mundo, intensifica constantemente a disseminação de conhecimento. Com a Covid-19, ampliou ainda mais sua base de dados. Os investimentos em fotos começaram para valer em 2000, no Grammy Awards, considerado o Oscar da Música. O vestido de Jennifer Lopez foi o assunto mais comentado no planeta. Era verde, transparente, com texturas e um decote maravilhoso, mas o sistema não tinha o recurso de busca por imagem. O “Green Versace” foi a grande inspiração para novas plataformas, capazes de responder ao desejo das pessoas por fotos, e não apenas textos.
De lá para cá, os algoritmos ganharam poder de maestros para orquestrar as paletas de cores das obras dos artistas, permitir a visita aos maiores museus do mundo sem sair de casa (leia a coluna que escrevi sobre este tema) e até permitir a visualização com resolução de 7 bilhões de pixels para ver todos os detalhes de obras como o painel da dupla Os Gêmeos (Gustavo e Otávio Pandolfo), que está exposto no MAM. Graças à digitalização, o grafite pode ser ampliado –quase que realisticamente — pela tela do Smartphone ou pelo PC.
Para entender a evolução do universo da arte, pesquise sobre os Movimentos da Arte – De A a Z. Para conhecer o estilo de alguns pintores, acesse o Google Arts & Culture (disponível para iOS e Android) e clique no recurso Art Selfie. Com ele, é possível explorar algumas das pinturas mais famosas do mundo e aplicar seu rosto sobre a imagem do personagem retratado na obra. Faça o teste, depois de ver as obras e ler sobre artistas como Frida Kahlo, Edvard Munch, Jean-Michel Basquiat, Andy Warhol, Vincent van Gogh e Keith Haring.
Outra brincadeira divertida é o Quebra-Cabeça Digital. Há centenas de obras disponíveis, tanto no modo solo ou para montar com amigos. Quanto mais abstrata a obra, mais difícil a montagem. Pesquisa sobre a arte abstrata do russo Wassily Kandisky e tente montar seu quebra-cabeça. É realmente um enorme desafio, até mesmo para os especialistas em arte. As cores podem também guiar sua viagem pelas obras mais importantes do mundo. Comece pelo verde, muito presente nos quadros dos impressionistas.
Matisse dizia que a criatividade requer coragem. Estudar arte, também. A arte desperta a criatividade, ajuda a externar sentimentos, incrementa a comunicação, melhora a capacidade de expressão e nos insere em novos contextos sociais.
Vamos juntos mergulhar no mundo da arte? Escreva para sugerir um tema ou para contar algo sobre seu artista preferido. Adoro boas histórias! (Instagram Keka Consiglio).