Pilotar os aviões um atrás do outro pouparia 5% de combustível em viagens de longa distância, em razão do efeito esteira, declarou a Airbus nesta terça-feira (9) após um experimento transatlântico.

Mais de um ano depois de ter anunciado um acordo com empresas e entidades de tráfego aéreo para demonstrar a possibilidade operacional de voos inspirados nas formações de gansos selvagens, o consórcio europeu de aviação experimentou ligar Toulouse (França) a Montreal (Canadá) com dois A350 de teste voando a 3 km de distância um do outro.

“Isso foi possível graças aos sistemas de controle de voo desenvolvidos pela Airbus que posicionam a aeronave que voa atrás com segurança na esteira da aeronave à frente, reduzindo assim o empuxo do motor e, portanto, reduzindo o consumo de combustível”, disse o grupo em um comunicado.

Este voo de “demonstração final”, segundo a Airbus, permitiu evitar “mais de 6 toneladas de emissões de CO2, (…)”, confirmando um potencial de poupança de combustível de mais de 5% nos voos de longa distância”.

Em setembro de 2020, o grupo europeu assinou um acordo com as companhias aéreas Frenchbee e SAS, bem como com organizações de tráfego aéreo (DSNA na França, Nats no Reino Unido e Eurocontrol) para analisar como organizar voos para criar essas formações.

A Airbus, que espera poder desenvolver este sistema até meados da década atual, destaca que agora é necessário “obter o apoio das autoridades para poder certificar este novo conceito operacional”.

Embora as companhias aéreas de todo o mundo tenham concordado no mês passado em tentar alcançar ‘carbono zero’ até 2050, “este tipo de operação melhoraria significativamente o desempenho ambiental das aeronaves comerciais e contribuiria para a meta imediata de descarbonização no setor aeronáutico”, destacou a Airbus.

Iniciado em 2019 e apelidado de “fello’fly”, este projeto faz parte de um programa mais amplo da Airbus, que visa acelerar o desenvolvimento de futuras tecnologias na aviação.