O presidente Michel Temer foi convidado pelo presidente russo, Vladimir Putin, para a cerimônia de abertura da Copa do Mundo, no dia 14 de junho, no estádio Luzhniki, em Moscou. O jornal O Estado de S.Paulo apurou que o Palácio do Planalto ainda avalia a agenda do presidente brasileiro. Na capital da Rússia, a esperança é de que o jogo inaugural (Rússia x Arábia Saudita) tenha um forte componente político, o que aumenta a importância da presença de chefes de Estado dos participantes.

Na condição de anfitrião da Copa do Mundo seguinte, Vladimir Putin esteve na final do Mundial de 2014, no Rio de Janeiro. Na ocasião, ele recebeu das mãos da ex-presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente da Fifa, o suíço Joseph Blatter, a bola do jogo entre Alemanha e Argentina, no estádio do Maracanã, em uma espécie de simbologia de que seria o próximo encarregado pelo evento.

Desde então, porém, muita coisa mudou. Dilma Rousseff foi alvo de um impeachment no Brasil, Joseph Blatter deixou a Fifa por causa de um escândalo de corrupção e a Rússia passou a ser alvo de embargos internacionais.

Ainda assim, o Kremlin espera usar o Mundial para mostrar à comunidade internacional que não está isolado.

Mas a presença de chefes de Estado na Copa tem sido alvo de polêmicas. Reino Unido, Islândia e Polônia já anunciaram que não enviarão delegações para o jogo de abertura nem para acompanhar as suas seleções, em uma represália ao comportamento de Vladimir Putin na Síria, no suposto envolvimento do governo russo em envenenamentos de ex-espiões e na invasão da Crimeia, na Ucrânia. Políticos europeus têm feito pressões para que dirigentes internacionais não viajem até a Rússia, alegando que isso daria prestígio a Putin.

INDEFINIÇÃO – No Palácio do Planalto, não existe ainda uma definição se Michel Temer aceitará o convite. Mas o governo federal participará da festa em Moscou, com aportes de R$ 3 milhões do Ministério da Cultura para organizar a Casa Brasil, um espaço de promoção do País, e shows.

Ao longo da história, a política brasileira e a CBF sempre mantiveram uma relação de proximidade. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi à África do Sul em 2010 e teve um papel central em algumas decisões sobre a Copa do Mundo de 2014. Também passou a ser tradição a seleção ser recebida no Palácio do Planalto, antes ou depois de chegar de um Mundial.

Desta vez, porém, o treinador Tite já deixou claro que não quer se envolver em política. “Não vou a Brasília nem antes nem depois da Copa. Nem ganhando nem perdendo”, disse ao jornal O Estado de S.Paulo em entrevista concedida do mês de fevereiro.