Ludmila Teixeira Lourenço, de 31 anos, conhecida como Lud Lower em seus trabalhos fotográficos, teve de passar por uma cirurgia de emergência para retirar o apêndice, que estava inflamado. Depois do procedimento, ela descobriu que tinha mais de 270 pedras (também conhecidas como cálculos) na vesícula. As informações são do UOL.

Em entrevista ao portal, a fotógrafa relatou que vivia “à base de dipirona” havia cerca de três anos, pois sentia fortes dores que achava serem nas costas. Em maio deste ano, ao retornar de uma viagem de trabalho, ela procurou o Hospital Vitória Anália Franco, em São Paulo, e foi diagnosticada com apendicite.

Durante a cirurgia de videolaparoscopia, a equipe médica constatou que seria necessária a retirada da vesícula também. “Quando acordei da cirurgia, um enfermeiro falou: ‘Olha isso aqui que estava dentro de você’. E me entregou um saco com as pedras. Ele mostrou as pedras para os colegas e a maioria nunca tinha visto uma quantidade tão grande”, disse.

Arquivo pessoal

O médico Paulo Tosi, um dos responsáveis pela cirurgia da fotógrafa, informou que o caso dela não é comum. “O órgão estava com tamanho aumentado, com cerca de 25 centímetros de comprimento, e continha mais de 270 cálculos.”

“Em 28 anos de profissão, eu vi dois ou três pacientes com a vesícula repleta de cálculos. Normalmente são um ou dois cálculos, no máximo dez”, acrescentou o médico, que é cirurgião do aparelho digestivo desde 1989.

Ludmila contou que, em dezembro de 2020, realizou um exame que apontou pedra na vesícula, mas não conseguiu fazer o procedimento cirúrgico por causa da pandemia de Covid-19. “Sentia muitas dores e passei três anos à base de dipirona.”

Em abril deste ano, ela procurou o hospital novamente com fortes dores abdominais, porém os exames não detectaram nada de anormal e a fotógrafa foi medicada e liberada.

“Vim para casa à base de corticoide e opioides, doía tudo e fiquei duas semanas em repouso. Cheguei a ir ao ortopedista porque diziam que as dores eram na coluna. Comecei a fazer fisioterapia, mas as dores não passavam”, relatou.

“Eu me habituei a viver com a dor 7 de uma escala até 10. Eu vivia exausta, com crises de ansiedade para fazer qualquer coisa e para comer, porque meu corpo já sabia como seria depois de comer. Há anos meu corpo vivia em caos, em inflamação”, acrescentou.

Segundo o médico Paulo, ele “aproveitou” a oportunidade e retirou a vesícula. “Brinquei que ela ganhou um bônus”, ressaltou o cirurgião, que frisou que a apendicite e as pedras na vesícula não estavam relacionadas.