Monica Benicio, viúva da vereadora assassinada Marielle Franco, depôs durante o júri popular de Élcio Queiroz e Ronnie Lessa, assassinos confessos da vereadora, realizado nesta quarta-feira, 30, no TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro).
A primeira testemunha a prestar depoimento foi Fernanda Chaves, jornalista e ex-assessora da vereadora que sobreviveu ao atentado a tiros contra o veículo conduzido por Anderson Gomes. Na sequência, Marinete Silva, mãe da vereadora, também foi ouvida.
Quando perguntada sobre como era a parlamentar no dia a dia, Monica se emocionou e precisou de alguns momentos antes de responder que a esposa era muito companheira. “A Marielle era uma das pessoas mais companheiras que conheci, no sentido mais generoso que essa palavra pode ter. Ela era uma pessoa muito explosiva, com muita energia e ao mesmo tempo muito afetuosa e tudo para ela podia virar um grande evento”, afirmou.
“A Marielle via a dor das pessoas com uma generosidade e solidariedade muito bonita, e acho que por isso hoje se fala da política feita com afeto da vereadora, porque tinha muito da Marielle Francisco no trabalho dela”, continuou Monica.
Após recordar sobre quando conheceu Marielle e a vida das duas juntas, Monica se emocionou novamente ao comentar a falta que a vereadora faz. “Eu não consigo dizer em palavras o tamanho da falta. Essa dor da ausência que se apresenta diariamente, ela cobre tudo, todos os detalhes. E por mais que a gente aprenda a ressignificar isso, essa dor da ausência tá sempre ali”, disse.
Questionada sobre o que espera do julgamento, a viúva da vereadora respondeu que: “a única justiça possível era eu não precisar estar aqui”. “Mas dentro do que é possível eu espero que se faço a justiça que o Brasil e o mundo espera há 6 anos e 7 meses… para que a gente posso dar o exemplo de que crimes como esses não voltem a acontecer”, defendeu.