Viúva do indigenista Bruno Pereira, Beatriz Matos disse que espera uma retratação pública do presidente Jair Bolsonaro (PL), do vice Hamilton Mourão (Republicanos) e de Marcelo Xavier, presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai). As informações são do site UOL.

Os três são acusados de fazerem declarações contra Bruno, que foi assassinado ao lado do jornalista britânico Dom Phillips no Vale do Javari, região no estado do Amazonas, no início do mês passado.

“Eu gostaria que o presidente do Brasil, o vice-presidente, e o presidente da Funai se retratassem em relação às declarações indignas, absurdas, que eles fizeram concerne ao trabalho do Bruno, Dom e Univaja”, disse Beatriz durante audiência pública da Comissão Externa do Senado.

“O presidente da Funai falou sobre a ilegalidade da presença deles ali, o presidente da República falou coisas que eu me recuso a repetir aqui. Eu acho que isso não é só uma questão digamos assim menor. É uma coisa muito séria. É o presidente, o vice, é o presidente do órgão”, completou.

A Funai afirmou, na época do crime, que Bruno e Dom não respeitaram os protocolos sanitários contra a Covid-19 ao entrarem na terra indígena e ainda acusou o brasileiro de não ter licença para entrar no local. Bolsonaro, enquanto os dois estavam desaparecidos, disse que a dupla fez uma “aventura não recomendada” e que Dom Phillips era “malvisto” na região por fazer “muita matéria contra garimpeiro”.

Na audiência pública, Beatriz ainda afirmou que a família de Bruno não recebeu condolências do governo federal e nem da Funai, onde ele trabalhou durante anos.

“A família não recebeu uma palavra de condolência. No funeral do Bruno, tinha representantes do poder municipal, estadual, mas não tinha do governo federal. Com exceção dos deputados e senadores, a gente não teve nenhum apoio. Isso que o Bruno era um funcionário publico dedicadíssimo, seríssimo, hipercomprometido com o trabalho dele”, pontuou.