A viúva de Chun Doo hwan, ex-ditador sul-coreano que governou o país com mão de ferro entre 1980 e 1988 até que manifestações em massa o obrigaram a renunciar, pediu desculpas neste sábado (27) pelas “dores e feridas” causadas no mandato de seu marido.

O ex-general morreu na terça-feira em casa, aos 90 anos, e continua sendo uma das personalidades mais destacadas da Coreia do Sul.

“Em nome do meu marido, quero pedir desculpas profundamente pela dor e pelas feridas que causou durante seu mandato”, disse Lee Soon-ja no último dos cinco dias do funeral de Chun.

As desculpas foram breves e não especificaram os erros cometidos pelo ex-ditador, que nunca pediu perdão publicamente em vida.

Tomou o controle da Coreia do Sul em um golpe de Estado após o assassinato de Park Chung hee em 1979. Seu governo, que liderou o país entre 1980 e 1988, se caracterizou pelo uso generalizado da tortura contra os dissidentes e a repressão da liberdade de expressão.

É conhecido como o “Carniceiro de Gwangju” por ter ordenado que suas tropas reprimissem com violência um levante contra seu poder nesta cidade do sudoeste do país em 1980.

O balanço oficial é de 200 mortos, mas algumas organizações afirmam que este número poderia ser três vezes maior.

Foi condenado à morte por traição em 1996, particularmente pela repressão de Gwangju, mas sua execução foi comutada em apelação e depois foi libertado após um indulto presidencial.