A tranquilidade da vitória do Corinthians sobre o Goiás por 1 a 0, no domingo, pelo Brasileirão, não se refletiu nos ânimos da entrevista coletiva do técnico Vítor Pereira uma hora após o jogo. Em longo desabafo, o treinador português voltou a ficar incomodado com questionamentos em relação ao rodízio de jogadores praticado no time e às cobranças por não escalar uma equipe considerada “ideal”.

“Eu gostaria que não brincassem com o meu trabalho. Vamos imaginar essa equipe que idealizam que vá jogar todas as partidas: Willian ficou fora alguns jogos, como hoje (domingo) com um desconforto muscular. E não tem jogado os 90 minutos. O Jô está fora do clube. O Renato Augusto saiu com problemas musculares. Temos um cuidado com ele. Fagner estava lesionado e ficou 11 jogos fora. João Victor também. Gil teve que jogar uma série consecutiva de partidas e hoje se lesionou. O Fábio Santos não acredito que ele consiga jogar de três em três jogos”, explicou.

Quem vem com essa conversa (de jogar sempre com o time ideal) deve estar brincando comigo e meu trabalho. Não estão olhando a realidade. Se não tivéssemos os miúdos (jovens), com alguma experiência de jogos, o Corinthians estava a lutar contra o rebaixamento. Essa é a minha opinião e essa é a verdade. Só que as pessoas não querem ver a verdade. Se eu jogar com o time ideal três ou quatro vezes, vou ter vários lesionados. Isso é brincar com o meu trabalho. Precisamos ser honestos intelectualmente”.

A sequência de jogos do Corinthians reserva partidas decisivas de mata-mata tanto na Libertadores como na Copa do Brasil. Com o departamento médico ainda com muitos jogadores e o elenco enxuto, o desafio para Vítor Pereira não é fácil. “VP” novamente citou a falta de mais opções no plantel para ter um time mais competitivo.

“O calendário é o que é. Não posso alterar. Para ter uma equipe competitiva todos os jogos, eu precisava ter um plantel muito mais extenso, com jogadores que conseguissem dar uma resposta física de nível alto. Eu olho para outras equipes e as armas são muito diferentes. Não podemos comparar com o incomparável. Tenho feito o que posso. Hoje, para fazer substituições, eu queria um extremo esquerdo, mas não tenho e tive que usar o Piton. Estou a ficar um bocadinho cansado de discutir algumas coisas (rodízio)”.

O Corinthians volta a campo na quarta-feira para enfrentar o Santos às 21h30 pelo jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil, na Neo Química Arena. Já no sábado o clássico se repete, novamente em Itaquera, às 19h, mas dessa vez pelo Brasileirão. Na terça-feira, a equipe recebe o Boca Juniors pelo primeiro confronto das oitavas de final da Copa Libertadores.

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