O sargento Ronie Peter Fernandes da Silva, de 45 anos, foi preso na terça-feira (16), durante a operação S.O.S Malibu, apontado como chefe de um grupo de agiotas no Distrito Federal. Em áudios de WhatsApp obtidos exclusivamente pelo R7, o PM ameaçava arrancar os olhos e espancar as vítimas que não pagavam os juros nas datas combinadas.

“Vou atrás de você na sua casa, onde você estiver eu vou te achar hoje. O U*** quer te matar também. (…) Eu vou morder seu olho, vou arrancar seu olho na mordida. Eu não vou só te espancar, não, vou te arrancar os pedaços, vou morder seu olho se eu te achar” dizia uma das ameaças.

De acordo com a Divisão de Repressão a Roubos e Furtos da Polícia Civil do DF (DRF/Corpatri), o esquema de agiotagem atuava havia pelo menos 15 anos. Ronie cobrava juros que ultrapassavam 10% ao mês para manter o seu alto padrão de vida.

“Dê seu jeito hoje. Nem dinheiro eu quis receber aquele dia, de raiva. Já tem mil que venceu dia 14. Cadê? Nem apareça no evento, suma”, afirma em ameaça a outra vítima.

A Polícia Civil informou que o PM também fazia as vítimas assinarem uma procuração na qual passavam os seus veículos e imóveis para ele como garantia. Caso não pagassem a dívida, Ronie ameaçava vender esses bens.

Defesa

A defesa de Ronie afirmou, em nota, que o seu cliente não teve o direito ao contraditório no decorrer da investigação policial e que tudo será esclarecido no curso do processo. “Podemos afirmar que foram intimadas pessoas apontadas nas investigações como vítimas, contudo, após esclarecerem as transações comerciais para a autoridade policial, estas não tiveram seus depoimentos formalizados e foram dispensadas sem nenhum registro.”