Centenas de vítimas das fortes chuvas que assolam Mianmar passaram a noite de sexta-feira (11) em um mosteiro, esperando as águas baixarem e o fim das inundações que deixaram cinco mortos e 48.000 evacuados.

Pais e filhos dormiram sobre colchões cercados por sacos contendo seus poucos pertences, enquanto suas roupas úmidas secavam em varais improvisados em um mosteiro na cidade de Bago, ao nordeste de Yangon.

Tin Win, de 52 anos, disse que, embora as condições no abrigo sejam precárias e recebe apenas duas refeições por dia, estava agradecida por estar seca e segura.

“O local é minúsculo e não temos muito espaço para dormir. Temos que nos encostar um ao lado do outro”, disse à AFP.

“Se não chover mais, esperamos voltar para casa em três dias”.

O serviço meteorológico de Mianmar disse que o nível do rio Bago havia subido no sábado, mas espera que comece a abaixar nos próximos dias.

Escapar do dilúvio foi uma odisseia, contou Ohm Kim, também prejudicado pelas chuvas.

“Alugamos um bote para conseguir levar algumas coisas da nossa casa, mas o bote não conseguia se aproximar muito. Então, tivemos que caminhar na água e carregar tudo o que pudéssemos”, disse o homem de 64 anos à AFP.

“Só levamos algumas roupas, panelas e pratos”.

As inundações começaram no final de julho e afetaram nove estados e regiões do norte e sul do país.

“Providenciamos os alimentos necessários, incluindo macarrão instantâneo e água potável”, afirmou o diretor do Ministério do Bem-Estar Social, Socorro e Reassentamento, Lay Shwe Zin Oo.

“As pessoas se alojam em mosteiros, escolas e outros locais elevados”, acrescentou.

Mianmar sofre fortes chuvas todos os anos na mesma época, mas nas últimas semanas têm ocorrido fenômenos meteorológicos extremos em todo o mundo, agravados, segundo os cientistas, pela mudança climática.

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