Meghan Markle sabe o que é racismo. Sua família já foi vítima e ela também, quando era atriz e em sua breve passagem pela monarquia britânica. Agora, ela rompe o silêncio em relação à morte de George Floyd.

A mulher do príncipe Harry, com quem se mudou para a Califórnia após renunciar a suas funções na realeza, homenageou hoje o homem negro que foi morto na semana passada por um policial branco em Minneapolis.

“Não estava segura do que poderia dizer a vocês”, comentou a atriz, 38, em um vídeo de seis minutos para as formandas de 2020 da Immaculate Heart, escola católica privada onde estudou. “Queria dizer a coisa certa e estava muito nervosa, mas percebi que a única coisa ruim que se pode dizer é não dizer nada.”

Meghan, filha de um branco com uma negra e primeira mestiça na família real britânica na história recente, lamentou que o que deveria ser “uma lição de história” ainda seja uma realidade. “Lamento muito que tenham que crescer em um mundo onde isso ainda acontece.”

Um porta-voz disse que a duquesa “se sentiu obrigada a se dirigir a estas jovens e dizer a elas o que ocorre no país neste momento, bem como o que ocorre há muitos anos e muitas gerações com outros incontáveis negros americanos”.

– ‘Suas vidas importaram’ –

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Meghan destacou outras mortes recentes de pessoas negras nas mãos da polícia, como a de Breonna Taylor, trabalhadora da área de saúde morta a tiros em março em seu apartamento, em Louisville, Kentucky, e a do menino Tamir Rice, 12, baleado em 2014 quando se divertia com uma arma de brinquedo em Cleveland, Ohio. “Suas vidas importaram, assim como importam as de muitas outras pessoas cujos nomes conhecemos ou não”, expressou.

No vídeo, Meghan lembrou, ainda, os distúrbios de 1992 em Los Angeles, depois que quatro policiais brancos foram absolvidos das acusações de violência contra Rodney King, negro.

Esta não foi a primeira vez que Meghan falou em público sobre este assunto. Em 2012, ela gravou um vídeo para uma campanha contra o racismo, que ressurgiu nas redes sociais devido aos protestos atuais.

“Algumas das mentiras ou piadas ofensivas que ouvi me atingiram de uma maneira muito forte”, contou, lembrando ter ouvido insultos raciais contra a sua mãe e a “mentalidade fechada” que enfrentou ao se mudar para o Canadá a fim de gravar a série “Suits”.

Antes de entrar para a família real britânica, Meghan sofreu ataques racistas da imprensa, que não teve compaixão com a atriz americana, que também era divorciada. O “Daily Mail” a descreveu como “(quase) diretamente de Compton”, como o título do filme “Straight Outta Compton”, sobre um dos bairros pobres e perigosos de Los Angeles. Também falou-se sobre o “DNA exótico” de Meghan e seu filho foi comparado a um chimpanzé.


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