Trabalhar, morar, investir, estudar, passear. Cinco verbos que se condensam em apenas um: viver. Portugal é o novo endereço permanente para cada vez mais brasileiros. De todas as classes sociais. A “terrinha” transformou-se num “eldorado” e Portugal é hoje a nova Miami do sec XXI.

A estatística não engana. O número de brasileiros morando legalmente em Portugal cresceu pelo quinto ano consecutivo e atingiu a marca recorde de 209.072 pessoas em 2022. Um aumento de 13,6% em relação a 2020.

Mas estes números apenas contam os brasileiros que escolheram Portugal para morar e têm o processo completamente regularizado — o número total é muito maior. Precisamos de lhe somar as duplas nacionalidades, os estudantes, as suas famílias, os “italianos”, os que vêm experimentar ares lusitanos; e os que já cá estão mas ainda não trataram de todos os papéis.

Sem qualquer problema exagero estaremos falando de mais 550 mil, que de uma forma ou outra escolheram Portugal como segunda, ou mesmo primeira casa. Quase 6% da população portuguesa… e quem acompanha de perto este movimento percebe que tudo está apenas a começar.

Os sinais sucedem-se. Na mesma semana em que o presidente do Senado Federal Brasileiro vem começar as comemorações do bicentenário da independência no Brasil na cidade de Coimbra, João Fiks, especialista em Tecnologias de Informação, foi o primeiro de 300 funcionários que a empresa WIT Software contratou diretamente no Brasil para irem viver em Belmonte, terra natal de Pedro Álvares Cabral.

Em todo o lado se multiplicam encontros e congressos, discutindo a realidade do investimento, o futuro do ensino e o estado do “Tratado de amizade cooperação e consulta” entre a Republica Portuguesa e a República Federativa do Brasil.

A embaixada do Brasil em Lisboa quer a equivalência nos sistemas de ensino logo ao nível do secundário; a Universidade de Coimbra, quer uma representação permanente no Brasil — e os dois estão completamente certos. A língua é o software do futuro.

Percebendo este movimento histórico e como diz o texto acordo “Conscientes do amplo campo de convergência de objectivos e da necessidade de reafirmar, consolidar e desenvolver os particulares e fortes laços que unem os dois povos, fruto de uma história partilhada por mais de três séculos e que exprimem uma profunda comunidade de interesses morais, políticos, culturais, sociais e económicos”, os líderes atuais posicionam-se para abordar os muitos desafios que se avizinham.