A televisão brasileira vai ganhar uma nova apresentadora? De acordo com o site TV Pop, sim. Na semana passada, o veículo informou que a influenciadora e empresária Virgínia Fonseca, 24, estaria se preparando para estrear um programa semanal no SBT, que deve ser anunciado oficialmente em breve.

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Ainda segundo o portal, a atração comandada por Virginia irá ao ar sábado à noite e terá entrevistas com famosos, musicais, um reality show de comidas, entre outras dinâmicas.

O SBT ainda não se manifestou para confirmar a informação.

Tem gente contra

Na semana passada, Sonia Abrão usou o espaço de seu programa ‘A Tarde é Sua’, da RedeTV!, para opinar sobre a notícia e mostrou insatisfação em Virginia ter um programa na emissora de Silvio Santos.

“Não sei, a gente deseja boa sorte, que dê certo pra todo mundo. É mais emprego, audiência. Vamos esperar que de certo. Não é questão de ser a Virginia. Influencer não dá certo na televisao. O público da TV não é da internet”, disse a veterana.

Especialista analisa possível programa de Virginia no SBT

Virginia é um fenômeno nas redes sociais. Ela é considerada a influenciadora digital número 1 no Brasil quando o assunto é influência. Só no seu perfil no Instagram – ela tem mais de 44 milhões seguidores. No ramo empresarial tem faturado alto com diversas publicidades e nas suas empresas de maquiagem e produtos infantis.

IstoÉ Gente conversou com Higor Gonçalves, jornalista especializado em gestão estratégica de imagem, que fez uma análise sobre Virgínia Fonseca migrar da internet para a TV. Isso pode dar certo? Ele explica!

“Os ‘creators’, que é uma nomenclatura mais técnica para influenciadores digitais, se tornaram imprescindíveis para o mercado anunciante em virtude do poder de influência que exercem junto ao público, principalmente em relação a padrões de comportamento, lifestyle e também nas decisões de compra das pessoas. Esses são alguns dos motivos que mais pesam na hora dos veículos de comunicação apostarem em influenciadores para diversificar os seus ‘menus’ de conteúdos. Entre os veículos considerados tradicionais, a televisão é o que mais investe nessa estratégia. Várias emissoras, principalmente os canais lineares abertos, passaram nos últimos tempos a agregar ‘creators’ a suas programações. Algumas delas, inclusive, estão gerenciando os seus talentos como se fossem ‘creators nativos’, seguindo a receita criada pelos próprios ‘influenciadores digitais originais’, digamos assim, com o propósito de se valerem dos perfis pessoais desses talentos nas mídias sociais como uma extensão do trabalho que eles fazem na TV.”

“O SBT é uma das emissoras que mais investem nesse modelo, visto que sempre esteve em seu DNA a produção de produtos voltada para o público infanto-juvenil, cujo perfil nos últimos anos é essencialmente digital. O SBT tem apostado cada vez mais na aproximação dos seus ‘creators’, nativos ou não, junto ao público por meio de projetos multiplataforma que envolvem tanto o seu canal linear aberto como também as suas contas oficiais em plataformas como YouTube, TikTok e Instagram. De modo similar, outras emissoras também têm incorporado ‘creators’ às suas programações, sobretudo em atrações que possibilitam uma maior interação com o público, como no caso dos realities shows. A priori, são dois movimentos de migração em sentidos opostos: talentos da TV virando influenciadores digitais. E ‘influencers’ indo para a TV. Nesse sentido, o ‘Case Juliette’ é uma ótima referência: ela se tornou conhecida do público a partir da TV linear aberta, transformou-se em estrela da internet ainda durante o confinamento no programa, em virtude da grande sinergia do BBB com as plataformas digitais. Existe ainda um terceiro movimento: nomes que surgiram em realities, ganham força na internet, e acabam virando talentos da TV linear.”

“Observando o SBT é possível constatar que, praticamente, todo o seu ‘cast’ é formado por influenciadores digitais. A emissora aposta fortemente neles para divulgar a programação, os conteúdos que produz e também na divulgação das marcas dos anunciantes e das suas próprias. Compreendo que quando se aposta na estratégia de agregar influenciadores digitais a projetos ou campanhas de marketing e comunicação, o mais importante é manter a coerência e a pertinência. Em poucas palavras: o mais estratégico é investir em formato elaborado especificamente para o perfil do talento. Cada artista, jornalista, influenciador é uma pessoa única. Quanto maior a aproximação do talento junto à audiência, identificação gerada por ele com o público, maior é a probabilidade de sucesso, independente do canal em que esse talento surgiu.”

“Quando se busca a transição de talentos do meio digital para a televisão, é necessário realizar uma seleção cuidadosa dos criadores de conteúdo. Os perfis e a influência deles devem ser alinhados com os objetivos de comunicação. A escolha do talento deve estar em sintonia com seu perfil, o tipo de conteúdo que produz, o programa que apresentará, seu estilo de vida, sua imagem pública e, frequentemente, sua influência nas mídias sociais. Antigamente, os veículos de comunicação considerados tradicionais mantinham uma comunicação unilateral com o público. Hoje, porém, com a ascensão das plataformas digitais, essa dinâmica sofreu uma transformação significativa. Agora, qualquer pessoa que tenha dispositivos móveis com acesso à internet pode se envolver com seus programas favoritos por meio das mídias sociais, tornando a comunicação um processo multilateral.”