O centroavante uruguaio Edinson Cavani afirmou que a virada do Barcelona sobre o Paris Saint-Germain, na Liga dos Campeões de 2017, o motivou a procurar terapia pela primeira vez, segundo entrevista à mídia espanhola Relevo.

“A primeira vez que fui (ao psicólogo), foi após a virada do ‘Barça’ sobre o PSG. Me afetou bastante e tem coisas que te sobrecarregam”, explicou.

Em oito de março de 2017, o PSG foi ao Camp Nou para o jogo de volta nas oitavas de final da Champions, após ganhar a ida no Parque dos Príncipes pelo placar de 4 a 0.

Com um Barcelona jogando em casa e amplamente apoiado pela torcida, o time francês viu os ‘blaugranas’ marcarem seis gols, contra um da equipe francesa, inclusive convertido pelo uruguaio. Ao final da partida, a equipe catalã avançou no agregado e concluiu uma das viradas mais emblemáticas da história da competição.

“Em cinco minutos tudo que vínhamos fazendo mudou. É um golpe tão grande que você não consegue controlar, e, mesmo sendo futebol, toca em outras partes de sua pessoa, com sintomas de ansiedade, suor frio, sentia tontura ao adormecer e já estava com medo de dormir”, confessou o atacante.

Recém-chegado ao Valencia, o jogador procurou ajuda de pessoas especializadas para entender o que estava acontecendo. “Me perguntava: ‘Tenho algum problema na cabeça?’ Fui a um médico do PSG, que eu amo, e ele me disse: ‘O que você está passando acontece com muitas pessoas em diferentes áreas’. Ali percebi que não era um super-herói”.

Em um momento em que o aspecto da saúde mental tem sido amplamente abordado perante a sociedade, Cavani admitiu que faz terapia há “muitos anos”. “Perdemos muito tempo com coisas que não importam. O futebol está cada vez mais midiático e influente na vida das pessoas. Mas a saúde mental é fundamental para qualquer ser humano e falta isso no futebol”, completou.

O jogador do time espanhol também comentou as expectativas para a Copa do Mundo, na qual vê a seleção do Uruguai em uma boa fase.

“Não sei se em outro momento coincidiu de todos os jogadores serem tão importantes para seus clubes. Não quero dizer que jogamos melhor, mas que podemos fazer a diferença com jogadores que estão mentalmente e fisicamente preparados”, concluiu.

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