A violência registrada durante os protestos em Hong Kong levará a cidade “por um caminho sem retorno”, advertiu nesta terça-feira a chefe do governo local, Carrie Lam, favorável a Pequim.

“A violência, seja seu uso ou sua justificação, levará Hong Kong por um caminho sem retorno e afundará sua sociedade em uma situação muito preocupante e perigosa”, disse Lam em entrevista coletiva.

“A situação em Hong Kong durante a semana passada me faz temer que tenhamos chegado a esta perigosa situação”.

Lam enfrentou duras perguntas da imprensa, que a interrompeu em várias ocasiões enquanto defendia a atuação da polícia durante um final de semana de violentos confrontos entre manifestantes radicais e as forças de segurança.

A chefe do Executivo de Hong Kong afirmou que a polícia enfrentou “circunstâncias extremamente difíceis” e observou “as rígidas e rigorosas diretrizes sobre o uso apropriado da força”.

Lam não respondeu à pergunta sobre se pretende acabar com a crise aceitando a reivindicação-chave dos manifestantes, retirar por completo o projeto de lei (agora suspenso) que permitiria extradições para a China.

“Volto a pedir a vocês que deixem de lado suas divergências e se acalmem. Reflitam e pensem em nossa cidade, no nosso lar. Realmente querem nos levar ao abismo?!” – questionou Lam com a voz embargada.

A mobilização em Hong Kong, inédita desde que o território foi devolvido à China, em 1997, atingiu na segunda-feira um nível sem precedentes, com a anulação de todos os voos a partir e para o Aeroporto Internacional da cidade, ocupado por manifestantes.

O tráfego aéreo foi retomado nesta terça-feira.