Cerca de 600 mexicanos, entre eles crianças e idosos, fugiram para a Guatemala nos últimos dias devido à violência do narcotráfico no estado de Chiapas, informou nesta quinta-feira (25) o Instituto Guatemalteco de Migração.

“Estão fugindo da situação de violência devido ao crime organizado em seus territórios”, explicou o diretor do Instituto, Danilo Rivera. Os deslocados cruzaram a fronteira “de forma irregular, buscando proteção”, e estão abrigados em duas aldeias do município de Cuilco, na fronteira com o México, acrescentou.

O gabinete do procurador de Direitos Humanos e o Exército estimavam ontem em cerca de 300 o número de refugiados.

A zona fronteiriça de Chiapas registra um recrudescimento da violência provocada pelos confrontos entre os cartéis Jalisco Nova Geração e Sinaloa, os dois maiores grupos criminosos do México. De acordo com o centro de análises Insight Crime, ambos disputam o controle das localidades fronteiriças, uma área-chave para o tráfico de drogas, armas e migrantes que atravessam o México para chegar aos Estados Unidos.

O governo da Guatemala mobilizou instituições de ajuda humanitária em Cuilco, além da Defesa Civil, indicou Rivera. Nenhuma autoridade mexicana se pronunciou sobre o êxodo.

Enquanto os cartéis disputam o território, há indiferença e “aparente cumplicidade” da Guarda Nacional e do Exército, indicou em comunicado a Diocese de Tapachula, em Chiapas, que pediu aos órgãos de segurança que intervenham e defendam as comunidades que “vivem uma situação de escravidão e subjugação”.

Em 28 de junho, um massacre em Chiapas deixou 19 mortos, incluindo 7 guatemaltecos. No começo de julho, autoridades mexicanas transferiram para abrigos mais de 4.000 pessoas que estavam escondidas em casa, após dias de violência no povoado de Tila.

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