A violência contra ex-combatentes das Farc, líderes sociais e defensores dos direitos humanos é “a maior ameaça à construção da paz na Colômbia”, após o acordo de paz assinado entre o governo e a guerrilha há quatro anos, afirmou a ONU nesta quinta-feira (21).

“Embora tenham sido adotadas múltiplas medidas para tentar enfrentar esta violência, cada assassinado é um golpe trágico para a paz”, disse ao Conselho de Segurança Carlos Ruiz Massieu, chefe da missão da ONU na Colômbia, que supervisiona a reincorporação de 7.000 ex-guerrilheiros à vida civil.

Desde a assinatura do acordo de paz, em novembro de 2016, 252 ex-combatentes foram assassinados, lembrou Ruiz em uma sessão virtual do Conselho que apoiou o trabalho da missão e o apoio da ONU à Colômbia.

Dois mil e trezentos combatentes – que pertenciam a diferentes grupos – formam as chamadas dissidências das antigas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que se afastaram do histórico acordo e se dedicam majoritariamente ao narcotráfico e à mineração ilegal.

“Grupos armados ilegais que persistem em várias regiões do território e outros que surgiram, exacerbados todos pelo narcotráfico e outras economias ilegais são uma ameaça à segurança”, disse a chanceler Claudia Blum na sessão virtual do Conselho.

“Estes grupos armados organizados, em especial as dissidências ou grupos residuais são os principais vitimários nos ataques a ex-combatentes das antigas FARC-EP”, com uma responsabilidade em cerca de 77% dos casos, acrescentou.