Uma vinícola foi punida nesta sexta-feira (25) com uma multa de 10.000 a 50.000 euros pela destruição por desmatamento de uma área do habitat da tartaruga mediterrânea, uma espécie protegida que tem no sudeste da França um de seus últimos santuários.

As multas -50.000 euros para a vinícola Château Lauzade, 15.000 euros para o proprietário Pierre Sénéclauze, 30.000 euros para a empresa responsável pelo desmatamento- foram mais altas que as requeridas na audiência em junho.

Estas multas ilustram uma recente tendência da justiça francesa em punir com maior rigor os delitos ambientais.

Especialistas ressaltam, porém, que somente a obrigação de restaurar a área destruída poderia dissuadir outros viticultores de ignorar as obrigações legais, nesta região situada próxima à reserva natural nacional de La Plaine des Maures.

“É, de qualquer maneira, uma boa surpresa em termos de punição, porque, até hoje, sempre foi complicado demonstrar a gravidade deste tipo de infração”, explicou à AFP Patrice Martin, agente do Escritório francês de Biodiversidade, que deu início ao processo em 2016. Outros casos similares estão sendo investigados.

Proprietários de vinícolas sofrem com a tentação de desmatar áreas virgens para plantar novos vinhedos, já que o departamento de Var, na Costa Azul, se beneficia há 20 anos do sucesso do vinho “Côte de Provence”.

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Contudo, este departamento é um dos mais ricos da França em termos de biodiversidade e de áreas sob proteção ambiental.

Trata-se de um dos últimos locais no mundo onde ainda vivem tartarugas mediterrâneas (Testudo Hermanni). Na França, também vivem na Córsega. Esta espécie, que hiberna se enterrando no solo, é considerada vulnerável na lista vermelha nacional de espécies ameaçadas de extinção.


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