Grande surpresa positiva da Liga Europa, o Villarreal desafia o poderoso Manchester United em busca do título inédito da segunda maior competição do Velho Continente. Para desbancar o rival inglês, o trunfo do time espanhol estará à beira do campo. É o técnico Unai Emery, maior vencedor do torneio, com três taças conquistadas, todas pelo Sevilla. A final acontece nesta quarta-feira, às 16h (de Brasília), na Arena Gdansk, na Polônia.

Natural do País Basco, o comandante do Villarreal busca o seu quarto troféu da Liga Europa. Sob o seu comando, a equipe espanhola terminou a primeira fase na liderança do Grupo I e, no mata-mata, deixou adversários de peso pelo caminho, como o Arsenal, que eliminou nas semifinais.

Com três taças conquistadas de forma consecutiva entre 2014 e 2016, quando treinava o Sevilla, Emery sabe muito bem o caminho para se alcançar a decisão internacional. E foi com essa sabedoria que, em menos de uma temporada, levou o desacreditado Villarreal à inédita decisão europeia.

“Jogamos muito bem as eliminatórias anteriores contra times difíceis e tivemos que vencer um dos favoritos para estar na final. E se quisermos ser campeões, teremos que vencer o Manchester United”, pontuou o treinador, que, por ter treinado o Arsenal entre 2018 e 2019, conhece bem o rival de Manchester.

“O Manchester é o grande favorito. Nós somos candidatos. Parecia que podíamos nos esgueirar entre os melhores e tivemos sucesso. Somos fortes candidatos ao título, mas eles são os favoritos. Eles têm grandes jogadores e muita história. No entanto, temos argumentos para encontrar nossas opções reais para ganhar o torneio”, opinou o treinador espanhol de 49 anos.

Campeão diante de clubes como Benfica, Dnipro (Ucrânia) e Liverpool, Unai Emery pode, agora, se tornar de forma isolada o maior treinador campeão da história da Liga Europa. Empatado com o italiano Giovanni Trapatonni, que venceu a competição com Juventus (1977 e 1993) e Internazionale (1991), o espanhol também pode ajudar o clube da região da Comunidade Valenciana a quebrar um novo tabu.

Depois de bater na trave da Liga dos Campeões de 2005/2006, caindo nas semifinais para o Arsenal, com direito a pênalti perdido pelo argentino Riquelme nos minutos finais do duelo de volta, e na penúltima fase desta mesma Liga Europa de 2015/2016, eliminado para outro clube inglês, o Liverpool, o Villarreal enfim quebrou tal sina. De quebra, se vingou do time de Londres nas semis e agora, na Polônia, jogará com o pensamento de vencer mais um rival da Inglaterra e ser campeão.

Já o Manchester United fracassou na primeira fase da Liga dos Campeões, terminou em terceiro em sua chave, e, por isso, entrou na segunda fase da Liga Europa. O time inglês também derrubou adversários de tradição pelo caminho, casos do Milan, nas oitavas, e da Roma, nas semifinais. Quer vencer o torneio pela segunda vez, depois de ter sido campeão em 2016/2017, sob o comando de Jose Mourinho.

O técnico Ole Gunnar Solskjaer chega com o Manchester United à sua primeira final da Liga Europa, depois de perder a chance de jogar a decisão na temporada passada ao ser eliminado pelo Sevilla. E se o torneio não é uma Liga dos Campeões, sua conquista é de extrema importância para o clube salvar a temporada, já que não levantou nenhum troféu ainda em 2020/2021.

Para o técnico norueguês, vencer a Liga Europa significaria mais do que evitar que o clube amargasse a quarta temporada seguida sem títulos. Ele espera que a final desta quarta-feira seja o início de um caminho glorioso para o United.

“Esta é uma grande oportunidade para nós. Pode ser o trampolim para algo melhor, um futuro brilhante, porque esta equipe é jovem”, acredita Solskjaer. “É uma equipe que reconstruímos nos últimos dois anos, então esperamos que seja o começo de algo maior”.

Solskjaer não deve ter à disposição o zagueiro e capitão Harry Maguire, que viajou para a Polônia, mas não participou dos últimos trenós devido a uma lesão no tornozelo. O atacante francês Anthony Martial também é baixa em virtude de uma contusão no joelho que o manteve fora de ação nos últimos dois meses.

Esta será a quinta vez na história do torneio continental em que ingleses e espanhóis duelarão pela taça da competição. Nas outras quatro ocasiões, foram três vitórias para times da Espanha e uma para uma equipe da Inglaterra, exatamente na primeira, quando o Liverpool derrotou o Alavés em 2001.

O governo da Polônia autorizou que a final em Gdansk tenha público. De acordo com a Uefa, haverá a presença de até 9,5 mil torcedores, correspondente a 25% da capacidade do estádio polonês.