Vilarejos na Sicília renascem com venda de casas de 1 euro

PALERMO, 1 JUL (ANSA) – O projeto das casas vendidas pelo valor simbólico de 1 (R$ 6,41), 2 (R$ 12,8) ou 3 euros (R$ 19,2) na Itália tem se mostrado promissor na Sicília, no sul do país.   

Cidades como Sambuca di Sicilia, Mussomeli, Troina e mais recentemente Campofranco têm atraído estrangeiros que transformam residências em ruínas em projetos modernos, ousados ou em linha com o mercado – caso das hospedagens por temporada.   

O resultado? Mais de 21 milhões de euros (R$ 134,7 milhões) investidos nas restaurações locais que têm devolvido a vida a estes vilarejos “fantasmas”.   

Em média, reformar tais imóveis deteriorados chega a 30 mil euros (R$ 192,5 mil), mas a depender da intenção do cliente, pode custar até 200 mil euros (R$ 1,2 milhão). Mesmo assim, muitas pessoas pelo mundo acreditam no potencial do investimento.   

Sambuca di Sicilia, a pioneira na iniciativa regional, atraiu um fluxo de americanos e europeus interessados em adquirir casas a 1 euro com a exigência de um depósito de 5 mil euros (R$ 32 mil) à prefeitura, como garantia da restauração dos imóveis, que foram transformados em Airbnb ou em residências a serem alugadas para nômades digitais interessados em curtir a beleza do lugar eleito em 2016 “o vilarejo dos vilarejos”.   

Já outros, como o casal de advogados de Washington Massoud Ahmadi e Shelley Spencer ou a atriz Lorraine Bracco, adquiriram casas com mais de 100 metros quadrados, instalaram elevadores nas antigas ruínas e passaram a viver na cidadezinha durante seis meses do ano.   

Subindo um pouco o valor da venda simbólica das casas para 2 ou 3 euros no decorrer dos anos, Mussomeli e Troina foram alvo de canadenses e de uma nova “invasão” de americanos, que fundaram até uma “Little America”. Em alguns municípios sicilianos, até garagens e sótãos acabaram entrando no programa de venda de imóveis a baixíssimo custo.   

Já em Campofranco, uma imobiliária local oferece residências a 1 euro a brasileiros, mas com um diferencial: por ali, não há a obrigação de restaurar as casas abandonadas ou deterioradas – ainda que nenhuma delas esteja pronta para habitação – e nem de depositar qualquer caução à prefeitura. A ação têm atraído inúmeros interessados que chegaram até a congestionar os canais de comunicação da imobiliária. “Mas tudo bem”, diz o responsável pela empresa: a intenção é mesmo fundar uma comunidade de brasileiros em Campofranco. (ANSA).