Por Danish Siddiqui

MEWLA GOPALGARH, Índia (Reuters) – Em um vilarejo do norte da Índia assolado pela Covid-19, os doentes jazem em catres sob uma árvore com bolsas de soro intravenoso penduradas em galhos. Vacas pastam ao redor, e seringas e embalagens de produtos médicos vazias ficam espalhadas pelo chão.

Não existem médicos nem instalações de saúde em Mewla Gopalgarh, situado em Uttar Pradesh, Estado mais populoso do país, e a 90 minutos de carro da capital nacional Nova Délhi. Há um hospital governamental próximo, mas este não tem leitos disponíveis, e os moradores do vilarejo dizem que não conseguem pagar clínicas particulares.

Em vez disso, praticantes locais de medicina alternativa montaram uma clínica a céu aberto onde distribuem soro glicosado e outros remédios a pacientes com sintomas de Covid-19.

Alguns acreditam que ficar debaixo de uma nim, árvore conhecida por suas propriedades medicinais, eleva os níveis de oxigênio – mas não existe base cientifica para esta crença, nem para alguns dos medicamentos que estão sendo oferecidos.

“Quando as pessoas ficam ofegantes, têm que ir para debaixo de árvores para elevar os níveis de oxigênio”, disse Sanjay Singh, cujo pai de 74 anos morreu alguns dias atrás depois de ter febre. Ele disse que o pai não foi examinado e faleceu em dois dias.

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“As pessoas estão morrendo, e não há ninguém para cuidar de nós”, disse.

A segunda onda de infecções devastadora da Índia, que colocou até hospitais de grandes cidades, como Délhi, à beira do colapso, está assolando o vasto centro rural do país, onde o atendimento de saúde é escasso.

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