Enquanto vasculha um depósito repleto de objetos nazistas escondidos desde a Segunda Guerra, o maior ladrão de obras de arte do mundo, Nolan Booth, assobia despreocupadamente o tema de Indiana Jones. O personagem, interpretado por Ryan Reynolds, não está apenas fazendo uma piada com o herói criado por George Lucas e Steven Spielberg. Trata-se, isso sim, de homenagem declarada à principal inspiração de “Alerta Vermelho”, superprodução que acaba de estrear na Netflix e nos cinemas brasileiros.

CARISMA Dwayne Johnson: “The Rock” tenta fugir do estereótipo de “fortão” (Crédito:Divulgação)

Escrito e dirigido pelo talentoso Rawson Marshall Thurber, o filme traz outras duas estrelas de primeira grandeza em Hollywood: Dwayne “The Rock” Johnson, astro de “Jumanji” e “Jungle Cruise”, e a israelense Gal Gadot, a “Mulher Maravilha”. Reynolds, Johnson e Gal receberam exatamente o mesmo valor para atuar, US$ 20 milhões, fato que foi interpretado como uma vitória das mulheres – até pouco tempo, o desequílibrio entre os cachês de atores e atrizes era comum. Aqui foi o contrário – Gal Gadot fica menos tempo em cena do que os outros dois colegas. Os valores estratosféricos ajudaram a tornar “Alerta Vermelho” a pro-dução mais cara da história da Netflix, com um custo de US$ 200 milhões.

O público vai logo imaginar que a maior parte desse montante acabou sendo gasta em diversas locações espalhadas pelo mundo, uma vez que o filme se passa na Indonésia, Argentina, Egito, Rússia, Itália e Espanha. A fatia mais volumosa do orçamento foi gasta nessas filmagens, sim, mas não em locações: devido à pandemia, esses cenários foram elaborados por meio de computação gráfica ou tiveram de ser construídos nos arredores de Atlanta, nos EUA, onde o elenco ficou confinado durante a pandemia para finalizar as sequências.

HUMOR Ryan Reynolds: veia cômica do ator é explorada ao extremo (Crédito:Divulgação)

“Alerta Vermelho” é uma deliciosa aventura à moda antiga. Apesar de a plateia associar esses atores a violentos filmes de ação, aqui não há agressividade alguma. Mesmo as cenas de lutas são tão inofensivas que estão mais próximas dos desenhos animados do que dos brutais filmes de super-heróis. É, assumidademente, um filme que promete diversão para toda a família, com boas pitadas de humor e algumas reviravoltas bastante previsíveis no roteiro. Mas nada disso importa: a boa química entre o trio de atores já é garantia de que “Alerta Vermelho 2” é apenas uma questão de tempo. O enredo conta a história de dois ladrões de obras de arte, Nolan Booth (Ryan) e Bispo (Gal Gadot). Ambos estão atrás dos valiosos ovos de ouro que Marco Antônio deu de presente a Cleópatra.

No meio do caminho desses charmosos criminosos tinha uma pedra, ou melhor, “The Rock”: John Hartley, personagem de Dwayne Johnson, é o incansável agente do FBI que trabalha em conjunto com a Interpol para caçar a dupla e recuperar as esculturas roubadas. Tudo isso, claro, é apenas o pano de fundo para eles saírem pelo mundo atrás das peças, destilando piadinhas e referências aos clássicos de aventura em Hollywood – assim como já fazia o inesquecível Indiana Jones.