15/02/2022 - 18:00
Muito se fala sobre os benefícios do hábito de se praticar exercícios físicos. Além de fortalecer a saúde cardiovascular, movimentar-se traz endorfina ao corpo, e a clareza mental que acompanha o pós-treino também é uma forma de autocuidado e conexão consigo mesma. A consistência é a chave para uma rotina de treinos bem-sucedida; no entanto, é preciso saber diferenciar disciplina de vício.
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Se você já se pegou se exercitando além do limite ou tendo “medo” do dia de descanso, você pode estar apresentando sintomas de vigorexia — o vício em exercícios físicos. E o uso excessivo da atividade como “válvula de escape” para aliviar sintomas de estresse e ansiedade pode prejudicar mais do que beneficiar a saúde mental. Saiba mais com informações da “Women’s Health”.
De acordo com uma pesquisa da Mind, instituição de saúde mental da Inglaterra, apenas 59% das pessoas que se exercitam regularmente se dão dias de descanso. 18% das pessoas entrevistadas, ainda, se exercitam quando estão doentes ou feridas; e 40% dos participantes relataram sentir-se culpados ao perderem um dia de treino.
Outra pesquisa realizada pela Better — empresa inglesa sem fins lucrativos que fornece espaços fitness — descobriu que 49% das mulheres se exercitam durante uma doença ou lesão, sentem ansiedade ao perder um treino, desistem do trabalho ou das obrigações sociais para manter um programa de exercícios ou dieta e mantêm uma rotina extrema de treinos.
O impacto da pandemia
Desde o início da pandemia, muitas pessoas passaram a viver seus dias em casa. E para compensar pela falta dos exercícios feitos no cotidiano — como uma caminhada até o ponto de ônibus —, algumas delas desenvolveram a necessidade de exercitar-se excessivamente no ambiente doméstico.
“O que vimos durante a pandemia é que a falta de acesso às nossas formas habituais de apoio, incluindo família e amigos, além de mais tempo trabalhando ou em casa, foi muito difícil”, explicou Hayley Jarvis, líder de atividade física da Mind. “Nesse tempo, vimos relatos crescentes de que alguns de nós estão usando a dependência excessiva do exercício como a principal maneira de gerenciar sua saúde mental. Isso está levando algumas pessoas a se exercitarem demais e se tornarem viciadas em exercícios”, finalizou.
Quanto é suficiente?
De acordo com a revista “The Lancet”, pessoas que se exercitam por 45 minutos, de três a cinco vezes por semana, tiveram menos casos de problemas de saúde mental do que aqueles que o fizeram mais ou menos.
E quando se trata de força e condicionamento físico, dois dias de treino podem ocasionar melhorias semelhantes ao treino três dias por semana. Em última análise, porém, o corpo precisa de dias de recuperação para descansar e reparar os músculos.
Em suma, um dia de descanso não é capaz de arruinar o progresso obtido durante a semana, mas uma lesão e/ou o desenvolvimento de uma adicção podem ser extremamente prejudiciais.