Vigário da Terra Santa critica plano de Israel para ocupar Gaza

VATICANO, 5 AGO (ANSA) – O vigário da Custódia da Terra Santa, padre Ibrahim Faltas, disse nesta terça-feira (5) estar “chocado” com a possibilidade de Israel tomar o controle total da Faixa de Gaza.   

“Os palestinos têm o direito de permanecer em Gaza, na Cisjordânia e nos territórios que lhes são atribuídos por acordos e convenções internacionais”, declarou o religioso à ANSA.   

Segundo Faltas, “eles têm o direito de viver, têm o direito de existir como povo e como Estado reconhecido” e “qualquer pessoa que não reconheça isso deve ser responsabilizada e cúmplice de um massacre”.   

Para o franciscano, “a fome, a sede, o calor, a falta de assistência médica e de todos os bens essenciais, e a ameaça de perder a própria terra são fardos graves na consciência do mundo”.   

“Aqueles que podem e devem impedir o plano chocante de dominar Gaza assistem em silêncio, sem sentir o dever de intervir para impedir um crime e para afirmar e garantir o direito à dignidade e ao respeito pela vida de cada ser humano”, denunciou.   

Faltas enfatizou ainda que “os ventos da violência continuam a soprar sobre a já duramente provada Terra Santa” e lembrou que, “quando uma trégua, um cessar-fogo e a esperança de paz parecem próximos, ações e declarações ainda mais sérias são tomadas, interrompendo as difíceis negociações e os processos de paz relacionados”.   

Por fim, apelou para todos pararem “as mãos que matam” e as “mentes que destroem a esperança de paz”.   

A forte declaração é dada em meio aos rumores de que o governo do premiê Benjamin Netanyahu teria tomado a decisão de ocupar o enclave palestino em sua totalidade. A medida teria até recebido o aval do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.   

No entanto, conforme informações publicadas pelo “The Guardian”, alguns oficiais militares de Israel alertaram que o plano colocaria em risco os reféns ainda mantidos pelo Hamas. (ANSA).