Vídeo: Voluntários chechenos reforçam tropas ucranianas no campo de batalha

Voluntários da Chechênia chegam na Ucrânia para ajudar na guerra
Foto: Reprodução/AP

Segundos depois, é solto e explode ao lado de dois velhos manequins de vitrine montados a 200 metros de distância, um deles com um chapéu militar de estilo russo colocado na cabeça.

Após o treinamento, os soldados, em calçados de camuflagem e equipamentos de proteção, estão indo para a linha de frente na Ucrânia, prometendo continuar a luta que durou mais de 15 anos no norte do Cáucaso.

Combatentes da Chechênia, a república russa marcada pela guerra, estão participando de ambos os lados do conflito na Ucrânia.

Voluntários pró-Kyiv são leais a Dzhokhar Dudayev, o falecido líder checheno que liderou o esforço da república pela independência da Rússia, e formam o “Batalhão Dudayev”.

Eles são os inimigos jurados das forças chechenas que apoiam o presidente russo Vladimir Putin e se juntaram às tropas russas no cerco de Mariupol e outros focos no leste e sul da Ucrânia.

Um grupo de recém-chegados chechenos, muitos que vivem na Europa Ocidental, está sendo treinado em um campo de tiro improvisado nos arredores de Kiev antes de seguir para o leste.

Em uma sessão de treinamento no sábado, os novos recrutas – todos homens muçulmanos – gritaram “Allah hu Akbar” ou “Deus é Grande”.

Eles seguraram seus rifles no ar, antes de receberem cartões de identificação militar que são emitidos para voluntários.

Autoridades ucranianas dizem que o batalhão checheno atualmente conta com várias centenas de voluntários que lutam ao lado dos militares do país, mas não estão formalmente sob o comando nacional.

Os instrutores ensinam aos novos membros do batalhão noções básicas de combate, incluindo como usar uma arma, assumir uma posição de tiro e como trabalhar em equipe.

Os treinadores incluem veteranos de guerras na Chechênia que terminaram em 2009, alguns se unindo na Ucrânia depois que os combates começaram aqui em 2014.

Tor, um voluntário que pediu apenas para ser identificado por seu apelido no campo de batalha, disse que não viu diferença entre os dois conflitos.

“Ele (Putin) continuará até que o detenhamos… não é uma questão da Rússia e da Ucrânia. Não é uma questão da Chechênia e da Rússia. É uma questão do mundo e dos russos”, explicou.

“Infelizmente, hoje, a mesma situação de 1941 ou 1939. Não temos escolha. As pessoas precisam entender que não temos escolha”, acrescentou Tor, falando com o rosto coberto.

A Rússia lançou duas guerras para impedir que a Chechênia conquistasse a independência.

O primeiro conflito eclodiu em 1994, três anos após o colapso da União Soviética.

Um segundo conflito de 10 anos culminou no cerco das tropas russas de Grozny, a capital chechena que foi devastada por bombardeios.

Muslim Madiev, um combatente veterano dos conflitos chechenos, identificou-se como conselheiro do batalhão de voluntários na Ucrânia.

Ele se juntou aos soldados no sábado no treino de tiro, mirando em uma garrafa de plástico presa em uma vara.

Cartuchos de bala voaram de seu rifle automático para um campo já cheio de balas, cartuchos de espingarda e folhas de alvo de papelão.

Madiev disse ter certeza de que os russos seriam derrotados desta vez.

“Definitivamente haverá uma vitória. Vamos vencer, vamos comemorar juntos”, disse ele.