O trecho de uma aula online do curso de Direito da Unifio (Centro Universitário de Ourinhos) no interior de São Paulo viralizou nas redes sociais nesta semana. No vídeo, o professor de Direito Penal e coordenador do curso, Fábio Alonso, afirma que a vítima de estupro “colabora” com o crime ao usar roupas que “facilitam” a violência contra a mulher.

“Vamos pensar: o que é mais fácil estuprar? Uma freira de hábito ou aquela menininha com a cinta larga? Fala para mim. Que vítima colabora mais com a prática do crime de estupro? Eu estou falando em tom de brincadeira, mas eu quero que vocês imaginem isso”, diz o professor na gravação.

De acordo com um aluno ouvido pelo G1, a declaração de Alonso ocorreu durante uma aula online na terça-feira (13). Também em entrevista ao G1, Fábio, que é delegado aposentado, disse que o vídeo compartilhado na internet é de apenas um trecho de uma aula que teve uma hora e meia de duração e que se soubesse que a declaração teria tamanha repercussão, não teria utilizado o exemplo.

O professor afirmou que utiliza esse exemplo nas aulas há pelo menos 15 anos. “O que eu fiz não foi para ofender ninguém, foi com fins didáticos, e seria algo no mínimo deselegante querer associar com qualquer instituição. A instituição não tem nada com isso. E, em momento algum, eu fiz referência à condição de mulher como vítima”, explicou Alonso ao G1.

Em nota, o Centro Universitário das Faculdades Integradas de Ourinhos (Unifio) informou que está “apurando os fatos para análise de eventual necessidade de adoção de providências”. “A Unifio esclarece que repudia qualquer tipo de discriminação ou ato de preconceito, seja por deficiência física ou mental, cultura, religião, nacionalidade, raça, classe social ou identidade de gênero”, diz trecho do comunicado.

Após a repercussão do caso, alunos da Associação Atlética Acadêmica de Direito FIO emitiram uma nota repudiando as declarações do professor e pedindo que ele seja afastado das atividades docentes e de coordenação. No comunicado, os alunos afirmam ainda que Alonso “sempre trata o tema do estupro de maneira jocosa, debochada, em tom de piada”.

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