Um vídeo que está circulando nas redes sociais mostra policiais militares cantando e dançando uma música em exaltação ao Massacre do Carandiru. O caso ocorreu dentro do prédio da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), no Centro de São Paulo. A corporação abriu uma investigação sobre o ocorrido.

@osonhopolicial Ministério Público investiga a canção que enaltece o ocorrido no Carandiru. Qual sua opinião? #policialmilitar #policia #pmsp #saopaulo ♬ som original – sonhopolicial

O vídeo começa com um grito de guerra: “Cavalaria Brasil!”. Em seguida, um policial militar lidera o coro, que é reproduzido por cerca de 20 agentes batendo palmas e sorrindo.

Um trecho da música diz:

  • “Lá só tinha lixo, a escória, na moral”;
  • “Foi dado ‘pista quente’ para derrubar geral”;
  • “Bomba, facada, tiro e granada”;
  • “Corpos mutilados e cabeças arrancadas”;
  • “A minha continência, Coronel Ubiratan”.

Por meio de nota enviada ao site IstoÉ, a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) afirmou que a Polícia Militar, assim que tomou conhecimento sobre a gravação, determinou que o Comando do Policiamento de Choque instaurasse uma investigação. “A conduta dos policiais que aparecem nas imagens não condiz com as práticas da Instituição e medidas cabíveis serão tomadas”, completou.

Massacre do Carandiru

111 detentos morreram a tiros ou facadas dentro do Pavilhão 9 da Casa de Detenção (Carandiru), na zona norte de São Paulo, em outubro de 1992. A Polícia Militar invadiu o local para tentar conter uma rebelião dos presos.

A confusão terminou 20 minutos depois da entrada da corporação. Policiais Militares afirmaram que atiraram em legítima defesa, pois, segundo eles, os detentos estavam armados com revólveres e facas.

Entre os anos de 2013 e 2014, a Justiça de São Paulo realizou cinco júris populares e condenou, ao todo, 74 policiais militares pelos assassinatos de 77 detentos. Os outros 34 presos teriam sido mortos pelos próprios companheiros de cela. A defesa dos agentes alegou legítima defesa, após supostamente serem atacados por detentos que queriam fugir do local.